A destruição dos valores éticos
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Diz Friedrich Hegel, in "Principios da Filosofia do Direito", referindo-se à representação romana da sabedoria e da ciência que "a coruja de Minerva inicia o seu voo ao entardecer".
Com efeito, a partir de certa idade ("ao entardecer") predispomo-nos, sem rigores doutrinários nem libertinagens de moda, a analizar os seres e as coisas que nos rodeiam, as tendências da sociedade que nos envolve, as cores, as formas e os sons que apercebemos.
Os tempos ligeiros da meninice, a revolta da juventude, a aquisição de saberes e a busca de conhecimentos, tudo se vai avolumando, estratificando no baú de recordações que é a memória, de onde, antes que cheguem os grandes frios, vamos retirando experiências, colhendo o que semeamos e surpreendendo-nos pelo que a visão retroespectiva nos vai revelando e… ensinando !
Gradualmente, vamos confirmando o contraste entre o mundo perspectivado e o que transparece da realidade, e decididamente compreendemos Dominique Venner quando referia que "ser rebelde" é sentir uma imensa incompatibilidade entre o que somos e o mundo que nos envolve !
Escreveu Ernst Jünger in "Der Waldgänger" (1951) : "É rebelde aquele a quem a sua própria natureza põe em contacto com a liberdade"
Inequívocamente, constatamos quão a sociedade actual, "o mundo que nos envolve", é uma completa distorção do que nos anunciava a Antiguidade Clássica.
A crematística, o dogma e a demagogia, romperam o equilibrio entre o "ser-humano" e a Natureza, entre o relacionamento do "ser-humano" consigo mesmo !
As regras da actual sociedade, por determinação política, "esquecem" que entre uma eternidade anterior e outra que há-de vir, o acaso e a necessidade frutificam biologicamente o acto cordial e necessário que a genética do Ser impõe como reprodução da espécie humana.
Diz o poeta que o homem, "mais que besta sadia é um cadáver adiado que procria"…, e como auge dessa falta de sensibilidade o Papa Gregório I, o Grande, 604 (Era Actual-EA), afirmava que "a cópula macula um casal até quando o objectivo é procriar".
Creio, no entanto, que o afecto sensualizado é um acto psiquico de grande importância para o normal relacionamento entre humanos que, por inerência da diversidade sexual, decidem reproduzir-se.
Para a mitologia grega, no princípio era o "Khaos", personificação do vazio primordial, abismo insondável mas dotada de energia prolífica.
Hesíodo, na "Teogonia", diz-nos que "Khaos" gerou por partenogênese a primeira geração de deuses : Gea, Geia ou Gaia (Terra), Tártaro (local profundo - inferno), Eros ( amor, desejo), Erebos (trevas), Nix (noite).
No entanto, a Noite e Erebos só puderam unir-se e procriar pela intervenção de uma força, eterna como os elementos do próprio "Khaos". Essa força foi Eros, ou o Amor (afecto sensualizado), deus da união e da afinidade, e nenhum Ser pode escapar à sua influência. O seu oposto é Anteros, a apatia, a aversão, que separa e desune. A tensão entre Eros e Anteros era a garantia da evolução do mundo, o que impedia de voltar ao "Khaos".
Também para que Nix e Erebos gerassem Aiter (éter - ar) e Hemera (dia), a influência de Eros foi indispensável.
A importância de Eros era considerada tão importante que, na Grécia Antiga, se utilizavam quatro verbos para designar o que na actualidade resumimos em "amor".
Na origem da palavra erotismo, "erao", representava o amor de um casal e a sua mútua atracção sexual, enquanto "stergo" significava o afecto nas relações familiares, "fileo" especificava o sentimento limpido e duradouro que deve ser a amizade e "agapao" o que podemos definir como "amor solidário".
Os primeiros cristãos utilizavam "agapao" para designar o "amor ao sobrenatural".
Platão mostra o seu personagem Sócrates, no diálogo Fedro, narrando que as duas origens do "afecto sensualizado" seriam, para os deuses, “ptérôs” (asa), aquele que tem asas e as doa, e para os homens, “eros”, aquele que recebe asas.
"Eros" é pois uma doação dos deuses aos que se amam (amantes), para que disfrutem de felicidade.
Para os romanos o deus do "amor" era Cupido, representado também com asas !
Embora contrariando o que disse o Papa Gregório, reitero que a importância do "afecto sensualizado", colocado em evidencia por Platão, é circunstância fulcral num relacionamento equilibrado entre os progenitores de um Ser que, entre as duas citadas eternidades, desperta para a vida.
Ë penivel, doloroso e revoltante assistir à propaganda que, com os mais inconfessáveis propósitos, organizações politica e financeiramente poderosas tentem desvirtuar o sentido do "erao", do "Eros", pretendendo retirar-lhe a exclusividade de se afirmar entre seres sexualmente diferenciados.
A mais pequena, e mais indispensável célula de uma Sociedade é, naturalmente, constituida pelo Pai, pela Mãe e pelo Filho. É nesta exclusiva base que pode, e deve, formar-se e manter-se uma Sociedade psicologicamente sã.
Os transtornos genéticos e psicológicos, com influência no comportamento sexual, devem ser compreendidos, mas também devem ser submetidos a tratamento, e não transformados em "ideais societários" para subverter, influenciar e desestabilizar os procedimentos e o relacionamento entre cidadãos saudáveis.
Com efeito, a partir de certa idade ("ao entardecer") predispomo-nos, sem rigores doutrinários nem libertinagens de moda, a analizar os seres e as coisas que nos rodeiam, as tendências da sociedade que nos envolve, as cores, as formas e os sons que apercebemos.
Os tempos ligeiros da meninice, a revolta da juventude, a aquisição de saberes e a busca de conhecimentos, tudo se vai avolumando, estratificando no baú de recordações que é a memória, de onde, antes que cheguem os grandes frios, vamos retirando experiências, colhendo o que semeamos e surpreendendo-nos pelo que a visão retroespectiva nos vai revelando e… ensinando !
Gradualmente, vamos confirmando o contraste entre o mundo perspectivado e o que transparece da realidade, e decididamente compreendemos Dominique Venner quando referia que "ser rebelde" é sentir uma imensa incompatibilidade entre o que somos e o mundo que nos envolve !
Escreveu Ernst Jünger in "Der Waldgänger" (1951) : "É rebelde aquele a quem a sua própria natureza põe em contacto com a liberdade"
Inequívocamente, constatamos quão a sociedade actual, "o mundo que nos envolve", é uma completa distorção do que nos anunciava a Antiguidade Clássica.
A crematística, o dogma e a demagogia, romperam o equilibrio entre o "ser-humano" e a Natureza, entre o relacionamento do "ser-humano" consigo mesmo !
As regras da actual sociedade, por determinação política, "esquecem" que entre uma eternidade anterior e outra que há-de vir, o acaso e a necessidade frutificam biologicamente o acto cordial e necessário que a genética do Ser impõe como reprodução da espécie humana.
Diz o poeta que o homem, "mais que besta sadia é um cadáver adiado que procria"…, e como auge dessa falta de sensibilidade o Papa Gregório I, o Grande, 604 (Era Actual-EA), afirmava que "a cópula macula um casal até quando o objectivo é procriar".
Creio, no entanto, que o afecto sensualizado é um acto psiquico de grande importância para o normal relacionamento entre humanos que, por inerência da diversidade sexual, decidem reproduzir-se.
Para a mitologia grega, no princípio era o "Khaos", personificação do vazio primordial, abismo insondável mas dotada de energia prolífica.
Hesíodo, na "Teogonia", diz-nos que "Khaos" gerou por partenogênese a primeira geração de deuses : Gea, Geia ou Gaia (Terra), Tártaro (local profundo - inferno), Eros ( amor, desejo), Erebos (trevas), Nix (noite).
No entanto, a Noite e Erebos só puderam unir-se e procriar pela intervenção de uma força, eterna como os elementos do próprio "Khaos". Essa força foi Eros, ou o Amor (afecto sensualizado), deus da união e da afinidade, e nenhum Ser pode escapar à sua influência. O seu oposto é Anteros, a apatia, a aversão, que separa e desune. A tensão entre Eros e Anteros era a garantia da evolução do mundo, o que impedia de voltar ao "Khaos".
Também para que Nix e Erebos gerassem Aiter (éter - ar) e Hemera (dia), a influência de Eros foi indispensável.
A importância de Eros era considerada tão importante que, na Grécia Antiga, se utilizavam quatro verbos para designar o que na actualidade resumimos em "amor".
Na origem da palavra erotismo, "erao", representava o amor de um casal e a sua mútua atracção sexual, enquanto "stergo" significava o afecto nas relações familiares, "fileo" especificava o sentimento limpido e duradouro que deve ser a amizade e "agapao" o que podemos definir como "amor solidário".
Os primeiros cristãos utilizavam "agapao" para designar o "amor ao sobrenatural".
Platão mostra o seu personagem Sócrates, no diálogo Fedro, narrando que as duas origens do "afecto sensualizado" seriam, para os deuses, “ptérôs” (asa), aquele que tem asas e as doa, e para os homens, “eros”, aquele que recebe asas.
"Eros" é pois uma doação dos deuses aos que se amam (amantes), para que disfrutem de felicidade.
Para os romanos o deus do "amor" era Cupido, representado também com asas !
Embora contrariando o que disse o Papa Gregório, reitero que a importância do "afecto sensualizado", colocado em evidencia por Platão, é circunstância fulcral num relacionamento equilibrado entre os progenitores de um Ser que, entre as duas citadas eternidades, desperta para a vida.
Ë penivel, doloroso e revoltante assistir à propaganda que, com os mais inconfessáveis propósitos, organizações politica e financeiramente poderosas tentem desvirtuar o sentido do "erao", do "Eros", pretendendo retirar-lhe a exclusividade de se afirmar entre seres sexualmente diferenciados.
A mais pequena, e mais indispensável célula de uma Sociedade é, naturalmente, constituida pelo Pai, pela Mãe e pelo Filho. É nesta exclusiva base que pode, e deve, formar-se e manter-se uma Sociedade psicologicamente sã.
Os transtornos genéticos e psicológicos, com influência no comportamento sexual, devem ser compreendidos, mas também devem ser submetidos a tratamento, e não transformados em "ideais societários" para subverter, influenciar e desestabilizar os procedimentos e o relacionamento entre cidadãos saudáveis.
Se orgulho existe no âmbito sexual, esse será o que podem manifestar um homem e uma mulher na sua mútua atracção procriadora e significante do amor solidário.
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