terça-feira, 24 de abril de 2007

Crónica de uma derrota anunciada !




25 de Abril de 1974
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7/8 A "exemplar descolonização"
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Quanto à “descolonização”, que se previa ser executada através de negociações entre Portugal e os vários movimentos independentistas, foi um autêntico “baixar de calças” perante os africanos.
Vergonha após vergonha, vexação seguida de vexação, e o nome de Portugal, a honra dos portugueses, tudo foi arrastado pela enxurrada de cobardia, traição, corrupção e crime.

Na Guiné, agora sob o comando de mais um "brigadeiro de aviário" chamado Fabião, desde o criminoso abandono dos Comandos Africanos que lutavam ao lado de Portugal e que foram torturados e assassinados pelos independentistas, até à cobarde palhaçada do citado Fabião ao receber uma delegação do movimento independentista pró-comunista PAIGC, envergando uma farda idêntica à deles, tudo foi vergonha, desfaçatez e corrupção.

Em Moçambique à parte o abraço de Mário Soares a Samora Machel, registemos o "democrático acontecimento" de 15 de Agosto de 1974, em Dar-es-Salam na Tanzânia, aquando da reunião da delegação portuguesa com a FRELIMO, em que esteve presente o sr. Melo Antunes membro da Junta de Salvação Nacional, e que nela participou … defendendo o ponto de vista da FRELIMO !

Em Cabo Verde e S. Tomé repetiu-se a manobra de entregar os territórios a grupos marxistas, alguns inventados para o efeito e sem qualquer representatividade, como no caso de S. Tomé.

Com Macau, a China não permitiu que se brincasse e … tudo ficou como antes. Os chineses sabem que a “revolução” (?) portuguesa não é mais que “um tigre de papel”.

Em Timor, após a visita do ministro, sr. Almeida Santos, em Outubro de 1974, os democrata-revoltosos de Lisboa foram informados de que “os timorenses queriam continuar a ser portugueses” !
Como se poderia permitir semelhante vergonha ? Impedir que se assinasse outro exemplar acto de entrega ! Inaudito e anti-democrático … aquele povo necessitava de umas sessões de esclarecimento.
Para o efeito, em 18 de Novembro, desembarcou em Dili o democrático “pró-consul” tenente-coronel Lemos Pires que de imediato proclamou que a sua missão era "descolonizar" Timor.

E por último Angola, ou seja, petróleo e diamantes !
O “camarada” Rosa Coutinho, agora Almirante, é nomeado presidente da Junta Governativa de Angola para negociar a descolonização com os três principais grupos independentistas (FNLA - pró americana ; UNITA - pró África do Sul ; MPLA - pró URSS).
De imediato, Rosa Coutinho menospreza os restantes grupos e prepara a entrega do território ao MPLA.
Spínola tenta controlar a situação criando uma “Comissão Nacional de Descolonização” chefiada por … Veiga Simão (mete um lobo no redil !) que tão democráticamente obrou que, logo após o 25 de Abril, foi colocado como representante português na ONU.

A 30 de Setembro de 1974 o general Spínola renuncia ao cargo de Presidente da República :
“ … quanto se vem fazendo à sombra do Programa do Movimento das Forças Armadas, pouco menos é do que o assalto aos meios de produção ;
… Neste clima generalizado de anarquia … a crise e o caos são inevitáveis … “.

Agora, com Costa Gomes como Presidente da República, Angola, e todo o restante "Ultramar", já podem ser servidos às empresas transfronteiriças, através de sobas corruptos e obedientes.

Os norte-americanos ao presentirem que os concorrentes soviéticos levavam vantagem substituem o embaixador Nash Scott pelo “foreign service officer” Charles Carlucci, novo embaixador em Lisboa… e o acordo surge :
"Os soviéticos ficam com as ex-colonias, mas Portugal continental não será albanizado nem se convertirá numa nova Cuba".

Terminada a “descolonização exemplar” o partido comunista arquiva o processo ("missão cumprida") e os socialistas passam a “controleiros” do Estado, o que permite ao sr Mario Soares passar de advogado falido (económica e profissionalmente) a oligarca multimilionário.
Quanto à social-democracia, com ou sem sotaina (CDS ou PSD), não era Lenine que a definia como "antecâmara do marxismo" ?

O povo portugués, criogenado e embasbacado, aguarda num sono profundo que, numa manhã de nevoeiro, um Sebastião o desperte!

1 comentário:

Anónimo disse...

multimillonario socialista indalecio prieto