segunda-feira, 30 de abril de 2007

Quando o nacionalismo se esquece das Nações





As eleições em França

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A retórica de Sarkozy, tal como a de Segolène, é pura e simplesmente eleitoralista.
Digam o que disserem, a realidade será sempre outra!

Bayrou foi colocado pelo “sistema” para não permitir o acesso de Le Pen à 2º volta, missão que foi facilitada pelo discurso “oportunista” do FN, o que era de prever desde que converteu as eleições em destino objectivo.

Ao colocar-se num posicionamento de “nacionalismo francês” (com Jeanne D’Arc e restante folclore) o FN perdeu o contacto com as “nações” que constituem a França, e a “alternativa dentro do sistema” passou naturalmente para Bayrou.

A quebra do FN é notória nas nações como a Bretanha, a Alsácia, a Sabóia, a Corsega… que deram ao FN o que ele merece!

Creio que se inicia uma nova etapa para o ressurgimento dos nacionalismos que sobrevivem na França de Napoleão.

O Nacionalismo não pode (não deve) confundir-se com a noção geográfica de País ou de Continente (Europa).

Que sirva de exemplo!

domingo, 29 de abril de 2007

Manipulação da História





Guernica
e a morte do toureiro
(anexo)
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Recebi uma comunicação chamando-me a atenção para o facto de que se o objectivo dos alemães tivesse sido "a ponte, e não a cidade" os aviões utilizados pela Legião Condor teriam sido "Stukas" (bombardeiros de picada") e não "Ju52" (bombardeiros convencionais).

Permito-me esclarecer que a designação "Stuka" é o diminutivo do termo alemão "Sturzkampfflugzeug", que significa "bombardeiro de picada", e foi construido pela fábrica "Junkers" de 1937 a 1945 (cerca de 5.700).

Um total de 10 Ju87A-0 (pré-série) são construidos no 2º semestre de 1936 e em 1937 é lançada a produção do modelo Ju87A-1.
De imediato são enviados à Legião Condor, em Espanha, três aparelhos para testes em condições de guerra.

O avião foi considerado apto pela "Luftwaffe" a partir de 1938 (Ju87A-2) e o modelo Ju 87B é utilizado no inicio da guerra 1939/45.

A missão a que nos referimos consistia em atacar três objectivos, por isso o grupo aéreo empregue era constituido por aviões de caracteristicas diferenciadas.
Os trimotores, alemães Ju52 e italianos Savoia Marchetti S79, foram utilizados no bombardeamento da fábrica de armamento "Astra" e na concentração de tropas "republicanas" (cerca de 2.000 homens).
A ponte de Gernika foi atacada pelos monomotores biplanos italianos Fiat CR32, uns aparelhos de 1932, suficientemente lentos para permitir um ataque com mais precisão.
Os três Stuka da Legião Condor também participaram mas, como estavam em testes, não se conhece o seu grau de intervenção.

Esta é a realidade histórica, e essa é a minha preocupação : que se diga a verdade!
Compete-me e interessa-me revelar e acusar as manipulações da História.

O "caso" que publiquei está subordinado ao título "Gernika - manipulação da História", e pretende tratar exactamente da "manipulação da História em Gernika" e… nada mais que isso!
Não pretendo efectuar juizos de valor sobre a República, o governo basco, Franco ou as "angulas de Orio"!

Numa perspectiva histórica, o meu cometimento pretende repor a verdade sobre o que se passou naquele 26 de Abril de 1937 em Gernika, independentemente de causas e consequências, cuja análise não é o objectivo deste escrito.

Sobre o "caso Gernika", independentemente de quem tenha razão na Guerra Civil, pesa uma monstruosa falácia que, como analista honesto que pretendo ser, devo esclarecer e denunciar.

1. Gernika nunca foi um acto de terrorismo, um ataque objectivamente lançado sobre população civil, mas sim um acto de guerra que visava objectivos militares : uma fábrica de armamento, um agrupamento militar e uma ponte.
Não defendo actos de guerra, tenham eles a origem mais diversa, mas sou suficientemente esclarecido para não confundir um acto de guerra como o de Gernika (cerca de 120 mortos, muitos deles militares), com um acto terrorista como o perpretado pelo "kamarada" Santiago Carrillo com as ordens de fuzilamento, entre 7 de Novembre e 4 de Dezembro de 1936, em Paracuellos del Jarama, Madrid, onde foram encontrados (em sete fossas comuns) os cadáveres de milhares de vitimas (José Manuel Ezpeleta proporcionou uma lista de 4.200 pessoas identificadas).
Não pretendo alegar que, como houve menos mortos em Gernika…
Defendo que um (1) morto, é um morto a mais!

Mas, que a árvore não nos esconda a floresta… onde estava o sr. Ruiz Picasso em Dezembro de 1936 (quatro meses antes de Gernika) para não prestar homenagem aos milhares de fusilados de Paracuellos?

2. A divulgação da noticia foi aproveitada pela propaganda marxista para montar uma estratégia política.
Insistir que o bombardeamento foi realizado em dia de feira, quando nesse dia, e por "causa de guerra", a feira tinha sido anulada pelos responsáveis locais ("ayuntamiento"), é um procedimento calunioso que classifica a honestidade intelectual de quem está na sua origem.

3. O mural de Picasso foi uma aldrabice, uma patranha que ainda hoje se mantém, e que se insere em tantas outras montadas pelo "politicamente correcto", também conhecido como "marxismo cultural".
Se o "bombardeamento de Gernika" se passou a 26 de Abril de 1937 e o quadro foi exposto na inauguração do Pavilhão de Espanha na Exposição Universal de Paris a 4 de Maio de 1937, entre os dois acontecimentos tinham passado exactamente oito (8) dias.
Considerando que o próprio autor afirmou ter tardado 60 dias em pintar o mural de 3,5 metros de altura por 7,77 metros de comprimento (publicado pelo jornal francês "Le Monde" em 4 de Maio de 1937), a mentira é por demais evidente!
O "boneco" do sr. Ruiz Picasso não tem, nem nunca teve absolutamente nada a ver com os acontecimentos de Gernika.

Os crimes dos franquistas e dos republicanos foram muitos, e os actos de violência, todos os actos de violência, sejam azuis, amarelos ou vermelhos, devem ser condenados, mas isso não invalida que os acontecimentos históricos são factos, e ignorá-los ou falsificá-los não altera uma virgula à realidade!

No que me concerna, sempre defenderei que honestidade intelectual é incompatível com o oportunismo politico!

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Manipulação da História





Guernica
e a morte do toureiro

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A propaganda liberal-marxista faz crer que Guernica (Gernika) foi um quadro pintado pelo membro do partido comunista espanhol, Pablo Ruiz Picasso (1881-1973), em homenagem às vitimas de um bombardeamento, durante a guerra civil espanhola, da cidade basca do mesmo nome, em 26 de Abril de 1937, embora no quadro não se encontre qualquer referência pictórica a bombas, bombardeamentos ou cenas de guerra.
Dizem que é uma coisa, mostram outra bem diferente… e o alucinado circunstante acredita no que dizem.
É o truque do prestidigitador… a manipulação da mente !

Relativamente ao famoso e mediático bombardeamento de Guernica a acção foi essencialmente realizada pela "Aviação Legionária Italiana" com três modernos trimotores Savoia Marchetti S79 e quinze caças Fiat CR32, enquanto a "Legião Condor", alemã, utilizou uns antiquados Junker 52.
Se posteriormente não se falou mais do que em alemães isso deve-se à lenda criada pela fantasia jornalistica de um correspondente inglês (sul-africano) George Lowther Steer (1909–1944), jornalista do "Times" e oficial dos serviços de espionagem do exército inglês.
Defensor do rearmento contra a Alemanha, publicou um artigo no "Times" a 28/04/1937, e no "New York Times", e para o efeito inventou um aterrador poder da "Força Aérea Alemã" (Luftwaffe).
O pretenso bombardeamento voluntário da população civil foi uma das mais revoltantes mentiras criadas pela propaganda soviética e seus acólitos do Komintern.

A cidade de Guernica, então a 20 quilómetros da frente, albergava duas fábricas de armas ("Astra") e nos seus arredores encontravam-se concentrados três batalhões de militares "republicanos" com cerca de 2.000 homens e importante material de artilharia.
O objectivo, determinado pelo teniente coronel Wolfram von Richtofen, comandante da Legião Condor (um grupo aéreo alemão destacado em Espanha), era a ponte estratégica de Renteria, sobre o rio Oca.
O mapa dos impactos das bombas confirmam que poucas bombas se afastaram do seu objectivo, e sómente 10% das casas foram danificadas pelo bombardeamento.
E se 70% foram destruidas o facto deveu-se ao incêndio que se declarou pouco depois, ajudado pelo material de construção (madeira) e pela demora na chegada dos bombeiros que vieram de Bilbao, a vários quilómetros de distância.

Mas, a mais ignóbil mentira de George Steer diz respeito à "matança" de camponeses no local da feira que se realizava, como todas as semanas à segunda-feira pela manhã, tal como nesse dia 26 de Abril de 1937.
Porém, a realidade é outra !
Como a cidade se encontrava já muito perto da frente de batalha a feira havia sido suspensa. E mesmo que se tivesse realizada, isso teria sido pela manhã enquanto que os bombardeamentos se efectuaram às 16:30 pelos italianos e duas horas depois pelos alemães.

A propaganda comunista rapidamente se apercebeu da vantagem psicológica que poderia retirar do "caso", limitou ao minimo a acção dos militares republicanos e fazendo que os bombeiros rapidamente regressaram aos quartéis com o pretexto de que já não havia nada a fazer.
Quanto a vitimas, confirmado pelos registos administrativos locais, os falecidos terão sido entre 102 e 120 (incluindo militares) e o número de feridos não ultrapassou os 30.

Mas, com base no falso artigo de Steer, os serviços de "agit-prop" (agitação e propaganda) do "Komintern" de Estaline, decidiram aproveitar a oportunidade para montar uma calúnia universal, e ofereceram aos "republicanos" 300.000 pesetas (da época) para conseguirem uma "obra de arte" que tivesse impacto no pavilhão republicano da Exposição Universal de Paris de 1937.

E aquí regressamos ao "truque de prestidigitação".
Os "republicanos" lembraram-se do malaguenho "kamarada" Picasso e este, sempre oportunista, recordou o quadro que tinha arrumado num recanto da despensa (provavelmente porque até tinha vergonha de mostrar semelhante "coisa") !
Uma tela, de estética horrorosa, pintada a preto e branco, de oito metros de largura por três e meio de altura, intitulada " Lamento en la muerte la muerte del torero Joselito", em homenagem a um amigo seu, o toureiro Joselito (José Gómez Ortega), morto na arena de Talavera de la Reina a 16 de Maio de 1920.

E, ainda hoje, não há publicação democrática que não refira a grande homenagem ao "massacre" de Guernica, continuando os "basbaques" a desfilar ante o embuste, conduzidos por solícitos guias que acreditam ver campos de guerra em cenas de tourada, aviões metamorfoseados em cabeças de touro, e o corpo do toureiro caido no chão tomado por algum heróico combatente.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Crónica de uma derrota anunciada !




25 de Abril de 1974
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8/8 . O "lavar dos cestos"
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Que o sr. general António de Spínola foi enganado, é uma constatação a partir dos factos.
Consta que Napoleão Bonaparte alguma vez disse :
“Que a divindade me proteja dos meus amigos que dos meus inimigos me encarrego eu”.
E a divindade não protegeu o general Spínola !
É quase incompreensível, como um homem com tão grande experiência humana se tenha deixado levar pelo “canto de sirene” de uns e outros.
Não sabia Spínola do acordo de Paris ?
Ter-se-á colocado, ou foi colocado, numa redoma tão espessa que lhe filtrava a realidade ?

Acreditaria o general Spínola que, em Março 1974, a sua proposta feita através do livro “Portugal e o Futuro” tinha alguma hipótese de concretização ?
Não sabia, ou não queria saber, das decisões tomadas por quem conduzia os “mandaretes de turno” ?

Na entrevista concedida a Fernando Pereira por Pierre de Villemarest, e publicada no "Novo Século" de 01/08/1982, este último afirma sobre Spinola :
"Apesar de muito avisado, antes e depois do 25 de Abril, comportou-se como um completo ignorante politico, destruindo o futuro dos portugueses. (…) Hoje, necessariamente que a classificação a dar-lhe, poderá ser de traidor ou idiota. Prefiro a última, por mais verdadeira"
(José Almeida da Fonseca in "O livro negro do 25 de Abril" - edições FP - livro que me foi pessoalmente dedicado pelo autor em 06/10/83)

O corporativo “movimento dos capitães” politizou-se pela determinação que alguns colocaram, e provavelmente com razão, no derrube das estruturas de um regime obsoleto e reumatizante.
No entanto, a maioria dos seus simpatizantes e seguidores, de qualquer borde politico, mais não foram que peças de um “puzzle” que outros se entretiveram a montar.
Uma vez mais é manifesta a preponderância dos “poderes organizados” sobre as políticas dos Estados, tal como a influência de “organizações de poder” na nossa vida quotidiana.

A massificação do conhecimento através das permanentes campanhas de "desinformação" e "informação controlada" é uma realidade da nossa sociedade, e tanto do lado das chamadas “esquerdas” como das apelidadas “direitas”, houve e há, quem não se aperceba que a maioria dos dirigentes de movimentos, partidos e organizações politicas, são colaboradores inconscientes de um “cripto-poder” que os controla e dirige.
A actividade política, que na Antiguidade Clássica era realizada com uma finalidade altruista, converteu-se num objectivo por si mesmo, o profissionalismo politico organizou-se em "grupos de poder" e as lutas partidárias internas são bem mais importantes, para muitos, que a consecução de ideais de justiça, bem-estar e conhecimento.

A insistência em filtrar, em eliminar os mais competentes, obviamente os menos seguros para o "sistema", levou os aparelhos partidários a colocar os mais incompetentes nas posições chave das organizações.
Os incompetentes não nomeiam competentes… senão deixavam de ser incompetentes !
As caricatas manifestações de ignorância dos políticos norte-americanos já não são seu apanágio exclusivo, pois os politicos europeus também já nos deliciam com a sua insolente ignorância.
Recentemente alguém me dizia (um ponto de vista que não comparto) que políticos como Chirac, Bush, Zapatero ou Pinto de Sousa, não são tontos como parecem… esforçam-se para "assim parecer" aos tutores e demonstrar-lhes que nada têm a recear quanto a eventuais manifestações de irreverência política ou cultural !

O 25 de Abril de 1974 não foi uma invenção "caseira", mas sim o resultado de um plano internacional destinado a "normalizar" a situação politica portuguesa dentro do quadro da Nova Ordem Mundial.

Foi planeado com muito antecedência, obtida a anuência politica internacional, determinado o enquadramento das organizações especializadas (KGB, CIA etc ...), assegurado o apoio interno de agentes, colaboradores e "inocentes úteis", repartidas as prebendas e determinada a data da intervenção e organizado o "PERT" (Planeamento).
A experiência chilena permitiu que o controlo da situação não fosse perdido.

Foi sintomático o movimento de apaziguamento lançado pelo "aparatchik" Melo Antunes quando surgiram os sintomas de que os paranóicos do marxismo queriam transformar Portugal numa "democracia popular".
O medo de que um novo Pinochet surgisse obrigou a uma rápida manobra de reposicionamento das prioridades que, com o principal objectivo atingido (entrega dos territórios africanos), passaram a incidir sobre a necessidade de acalmar o ânimo da população.
Os partidos politicos, as eleições, a credulidade e a ignorância ... provocaram o regresso à "paz das ovelhas" !

A democracia não é uma organização social específica e menos ainda uma filosofia de existência, mas sim um processo que permite, dentro de um "sistema politico", substituir governos por decisão de uma maioria que vota condicionada numa alternativa consensuada pelo próprio "sistema".
A liberdade de escolha do regime dito democrático, é uma falácia, é um atentado à inteligência !
Cada vez mais o "cripto-poder" vai confeccionando o seu sistema politico-social, juntando, misturando e amalgamando, dando forma ao Golem liberal-marxista cuja principal tarefa é bloquear qualquer opção alternativa.

Deveremos permanecer atentos aos acontecimentos e ter presente a importância fundamental em não resumir a História aos nascimentos e mortes de reis e presidentes, ou às datas das vitórias de uns que serão, seguramente, datas de derrotas para outros.
Pensemos a História como um contínuo, não um caleidoscópio, mas um conjunto uniforme em que cada ano, cada dia ou cada hora, têm igual importância.
Afirmemos a nossa capacidade em desenvolver interrogações filosóficas, dúvidas metódicas que nos permitam ser criticos, com tudo e com todos, incluindo connosco mesmo !

O 25 de Abril de 1974 foi uma monstruosa falácia em que a maioria dos portugueses, de todo o espectro politico, sairam perdedores.
Portugal continua pobre, (des)governado por uma oligarquia rica !
Até quando ?

terça-feira, 24 de abril de 2007

Crónica de uma derrota anunciada !




25 de Abril de 1974
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7/8 A "exemplar descolonização"
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Quanto à “descolonização”, que se previa ser executada através de negociações entre Portugal e os vários movimentos independentistas, foi um autêntico “baixar de calças” perante os africanos.
Vergonha após vergonha, vexação seguida de vexação, e o nome de Portugal, a honra dos portugueses, tudo foi arrastado pela enxurrada de cobardia, traição, corrupção e crime.

Na Guiné, agora sob o comando de mais um "brigadeiro de aviário" chamado Fabião, desde o criminoso abandono dos Comandos Africanos que lutavam ao lado de Portugal e que foram torturados e assassinados pelos independentistas, até à cobarde palhaçada do citado Fabião ao receber uma delegação do movimento independentista pró-comunista PAIGC, envergando uma farda idêntica à deles, tudo foi vergonha, desfaçatez e corrupção.

Em Moçambique à parte o abraço de Mário Soares a Samora Machel, registemos o "democrático acontecimento" de 15 de Agosto de 1974, em Dar-es-Salam na Tanzânia, aquando da reunião da delegação portuguesa com a FRELIMO, em que esteve presente o sr. Melo Antunes membro da Junta de Salvação Nacional, e que nela participou … defendendo o ponto de vista da FRELIMO !

Em Cabo Verde e S. Tomé repetiu-se a manobra de entregar os territórios a grupos marxistas, alguns inventados para o efeito e sem qualquer representatividade, como no caso de S. Tomé.

Com Macau, a China não permitiu que se brincasse e … tudo ficou como antes. Os chineses sabem que a “revolução” (?) portuguesa não é mais que “um tigre de papel”.

Em Timor, após a visita do ministro, sr. Almeida Santos, em Outubro de 1974, os democrata-revoltosos de Lisboa foram informados de que “os timorenses queriam continuar a ser portugueses” !
Como se poderia permitir semelhante vergonha ? Impedir que se assinasse outro exemplar acto de entrega ! Inaudito e anti-democrático … aquele povo necessitava de umas sessões de esclarecimento.
Para o efeito, em 18 de Novembro, desembarcou em Dili o democrático “pró-consul” tenente-coronel Lemos Pires que de imediato proclamou que a sua missão era "descolonizar" Timor.

E por último Angola, ou seja, petróleo e diamantes !
O “camarada” Rosa Coutinho, agora Almirante, é nomeado presidente da Junta Governativa de Angola para negociar a descolonização com os três principais grupos independentistas (FNLA - pró americana ; UNITA - pró África do Sul ; MPLA - pró URSS).
De imediato, Rosa Coutinho menospreza os restantes grupos e prepara a entrega do território ao MPLA.
Spínola tenta controlar a situação criando uma “Comissão Nacional de Descolonização” chefiada por … Veiga Simão (mete um lobo no redil !) que tão democráticamente obrou que, logo após o 25 de Abril, foi colocado como representante português na ONU.

A 30 de Setembro de 1974 o general Spínola renuncia ao cargo de Presidente da República :
“ … quanto se vem fazendo à sombra do Programa do Movimento das Forças Armadas, pouco menos é do que o assalto aos meios de produção ;
… Neste clima generalizado de anarquia … a crise e o caos são inevitáveis … “.

Agora, com Costa Gomes como Presidente da República, Angola, e todo o restante "Ultramar", já podem ser servidos às empresas transfronteiriças, através de sobas corruptos e obedientes.

Os norte-americanos ao presentirem que os concorrentes soviéticos levavam vantagem substituem o embaixador Nash Scott pelo “foreign service officer” Charles Carlucci, novo embaixador em Lisboa… e o acordo surge :
"Os soviéticos ficam com as ex-colonias, mas Portugal continental não será albanizado nem se convertirá numa nova Cuba".

Terminada a “descolonização exemplar” o partido comunista arquiva o processo ("missão cumprida") e os socialistas passam a “controleiros” do Estado, o que permite ao sr Mario Soares passar de advogado falido (económica e profissionalmente) a oligarca multimilionário.
Quanto à social-democracia, com ou sem sotaina (CDS ou PSD), não era Lenine que a definia como "antecâmara do marxismo" ?

O povo portugués, criogenado e embasbacado, aguarda num sono profundo que, numa manhã de nevoeiro, um Sebastião o desperte!

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Crónica de uma derrota anunciada !




25 de Abril de 1974

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6/8 Os da fotografia


Perante as câmaras da televisão, cerca da 1h30 da madrugada do dia 26, apresenta-se ao povo português a Junta de Salvação Nacional (JSN), presidida pelo general Spinola, e composta pelo general Costa Gomes, brigadeiro Jaime Silvério Marques, capitão-mar-e-guerra Pinheiro de Azevedo, capitão de fragata Rosa Coutinho, coronel Galvão de Melo (na reserva) e general Diogo Neto (ainda em Moçambique).
Palavras de circunstância do general Spinola que lê uma declaração ao país na qual se inserem as grandes linhas do “famoso” Programa do “movimento”, mas que, quando disse “Garantir a sobrevivência da Nação Soberana no seu todo pluricontinental”, provocou seguramente uma gastrite no “camarada” Costa Gomes e um sorriso maquiavélico ao “camarada-chefe” Cunhal !

Na rua continuava a desestabilização e a prepotência dos arruaceiros do partido comunista e outros democratas da chamada extrema-esquerda. Como sempre, para as actuações mais provocatórias e “sujas”, o partido comunista enviava os seus mandaretes cobertos pelas siglas mais estapafúrdias : PRP, FPLN, LCI, LUAR, enquanto a ambaixada norte-americana juntava à confusão o MRPP, que ficou conhecido como o "movimento dos rapazes que pintam paredes", em que já se distinguia o futuro presidente da União Europeia, Durão Barroso. A CIA trabalha a longo prazo…

Residências particulares assaltadas, Empresas ocupadas, automóveis com os vidros estilhaçados, pessoas insultadas e até agredidas, … tudo eram actos revolucionários e, portanto, perfeitamente legítimados na "democracia" que despontava.
Esta instabilidade inseria-se na estratégia de, como os ilusionistas, chamar a atenção para uma mão enquanto preparam o truque com a outra.
Os assaltos premeditados às sedes da Mocidade Portuguesa (MP), Legião Portuguesa (LP), PIDE/DGS, ANP, etc, etc … inseriam-se na estratégia comunista de obter informações potencialmente úteis e destruir documentos provavelmente comprometedores.

Assim :
* os arquivos da PIDE, através do presidente do “Serviço de Coordenação de Extinção da PIDE/DGS e LP”, sr. Otelo Saraiva de Carvalho, capitão em Abril e brigadeiro em Outubro do mesmo ano, foram parar às salas de segurança do partido comunista ;

* os arquivos da Mocidade Portuguesa foram queimados e destruidos pelas hostes comunistas dos “camaradas” Pereira de Moura e José Tengarrinha.

Porquê esta diferença de tratamento à documentação “fascista” ?
A documentação da PIDE/DGS e da LP era estratégica e continha muita informação sobre comunistas e não comunistas que ainda poderia ser útil ao “aparelho” do partido, quanto mais não seja, para chantagear algum politico, empresário ou jornalista ;
A documentação da MP continha muitas fotografias, e muitos dos “camaradas” de turno não apreciariam que, alguma vez, fossem divulgadas fotografias suas, da época em que, cantando o “Lá vamos cantando e rindo …”, desfilavam perante Salazar, saudando-o de braço erguido !
A pesar de alguns dissabores, os comunistas nunca perderam o controlo da situação e os agentes da KGB infiltrados nas Forças Armadas, tais como os comandantes de marinha Correia Jesuino e Abrantes Serra e o capitão Costa Martins, procediam à sua missão de desestabilização e sabotagem.

O sr. Otelo era, antes do 25 de Abril, e segundo a opinião de colegas, um presunçoso capitão que lutava … por um aumento salarial.
Esse “inocente útil”, no sentido comunista do termo, acabou por cair na teia duma aranha chamada Abrantes Serra, com particular ligação à DGI cubana (serviços de espionagem cubanos), que se encarregará de o transformar num "bom revolucionário".
Tentem imaginar como se sentiu o "camarada Otelo" quando lhe disseram que a música por ele escolhida seria o sinal para iniciar a "revolução" (!) !!!
Os mentores da "golpada" sabiam muito bem que se chamassem inteligente ao sr. Otelo Saraiva de Carvalho … ele acreditaria !
Mas, não era o único : na RTP foi colocado um gestor (?) militar, um tal Ramalho Eanes, especializado em educação fisica (não riam), e que foi um bom e obediente funcionário.

Entretanto a Junta de Salvação Nacional (JSN) lá vai emitindo decretos que, apesar dos apelos à moderação de Spinola :
* exoneram, dissolvem, amnistiam e saneam o que é contrário à sua conveniência política ;
* por outro lado também concretizam algo : para os que a necessitam, a auto-promoção a vice-almirantes e generais de quatro estrelas, dando origem à famosa geração dos "generais de aviário" !

A vida empresarial é uma autêntica odisseia ; o empresário, ao chegar cada manhã ao seu local de trabalho, nunca sabe o que vai encontrar. Por vezes, os "comités de trabalhadores", e outras invenções do género, pura e simplesmente não lhe dão acesso às instalações que são consideradas em “auto-gestão” ! Como não há lei que o defenda, resta ao empresário, por antonomásia “fascista”, emigrar ou fechar-se em casa vendo como, na empresa que construiu e que dá meios de subsistência a muitas familias, meia dúzia de “democratas-insurrectos” conduzem os outros papalvos á dilapidação progressiva dos meios de produção.

No ensino é o forrobodó total ! Depois das infelizes, e até que ponto inocentes (?) decisões do ministro Veiga Simão ( ainda no tempo de Caetano ) a situação era de autêntica paranóia, atingindo o auge com as aprovações por... decisão administrativa.
Depois da geração dos "generais de aviário", era agora a vez da geração dos "licenciados por decreto" !

Após a tomada de posse do 1º Governo provisório, o já Presidente da República, general Spínola, começa a constatar (demorou !) que o queriam mais para adorno que para executivo.
Na realidade, o “movimento golpista” ( agora "Movimento das Forças Armadas" ou MFA ) era controlado pelo núcleo duro dos militantes e simpatizantes da "ordem marxista".

domingo, 22 de abril de 2007

Crónica de uma derrota anunciada !




25 de Abril de 1974
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5/8 A golpada



Consolidavam-se os últimos preparativos !
A 19, 20 e 21 de Abril, em Megève, no Hotel de "Mont d'Arbois" (propriedade de Edmond Rothschild) numa reunião da cúpula mundialista "Trilateral" (Secretário Geral da OTAN, Nelson Rockfeller, Helmut Schmit, Giovanni Agnelli, etc.) foi confirmada a decisão de iniciar a "normalização" de Portugal a 25 de Abril de 1974.

Alguns dias antes o partido comunista inicia a distribuição de panfletos e a divulgação de senhas e contra-senhas pelos núcleos de 1ª linha ; se “os ingénuos” encravassem o processo e o “movimento” não arrancasse como previsto na madrugada de 24 a 25, seriam criadas tais condições de instabilidade que eles não teriam outra solução senão acompanhar “os profissionais”.

Os norte-americanos, depois de avisar o governo espanhol sobre a realização de exercicios militares envolvendo sistemas de transmissão “que podiam pertubar outras comunicações”, triangularam a zona de operações a partir de um navio ao largo da costa portuguesa, integrado numa esquadra que o protegia dos sempre curiosos barcos de pesca soviéticos que, por coincidência, navegavam nas proximidades, e desde duas bases norte-americanas em território espanhol : “Torrejón de Ardoz” e “Rota”.
O sr. Stuart Nash Scott, embaixador norte-americano em Lisboa, tranquilizara a Administração americana que só parecia preocupada com alguma reacção que pudesse vir da chamada extrema-direita, leia-se : general Kaulza de Arriaga.

Enquanto Portugal dormia, na madrugada de 25 de Abril, só faltou o mangerico !
Umas canções, outras tantas músicas, uns oxidados "Chaimites" e uns recrutas armados de velhas espingardas Mauser, foram o suficiente para que, o sempre obediente, Marcelo Caetano se refugia-se no quartel da GNR no Carmo (Lisboa), em vez de seguir para Monsanto, como fizera em 16 de Março. Pensaria ainda no “cenário” em que o Almirante Américo Thomaz era demitido e ele mantinha o Poder ?
Ás sete da manhã, antes que os primeiros “Chaimites” chegassem ao Terreiro do Paço, já lá estava mais de um milhar de militantes comunistas e socialistas arvorando letreiros contra a “guerra colonial” e o “fascismo” ! As brigadas comunistas ocupavam posições e desestabilizavam a situação.

Alguns meses após o arranque do golpe de Estado, ainda alguns dos componentes do “movimento” acreditavam que a data fora escolhida por eles à última hora !
Como se a máquina militar norte-americana estivesse pendente do que iam decidir meia-dúzia de "aprendizes de feiticeiro" para pôr em marcha todo o processo de interferências e intervenções nas transmissões.
Como se, para a execução do previsto, não fosse suficiente o sistema de transmissões “made-in-USA” operado por um especialista como o Ten-coronel Garcia dos Santos, apoiado pelos sofisticados sistemas que os norte-americanos manejavam em terra, mar e ar.
A música sobre “Grândola”, e outros folclores do género, como os cravos (ideia importada de Cuba), foram representação para a “plateia”, mas deu um certo ar de “movimento popular", de revolução caseira” ao som de uma marchinha. O espectador gosta…

Do lado governamental, desde as primeiras horas da madrugada, a confusão era total.
À parte as tentativas do general Luz Cunha e do brigadeiro Junqueira dos Reis, respectivamente 1º e 2º comandantes da Região Militar de Lisboa, de tentarem organizar a resistência, tudo vinha abaixo naquele rebuliço em que ninguém entendia ninguém.
Nas comunicações-rádio ouviam-se ordens contraditórias, interferências de toda a espécie, comunicações em inglês (americano) que não vinham a propósito etc, etc.
Mas, se do lado governamental as transmissões não funcionavam devidamente, ou simplesmente não funcionavam, do lado revoltoso as comunicações eram nítidas e precisas
As interferências electrónicas "made in USA" funcionavam, e o trabalho de sapa realizado sob as ordens de Garcia dos Santos, também !
Por exemplo, uns dias antes (a 22 de Abril) a Escola Prática de Transmissões (EPTm), recebe autorização do Estado-Maior do Exército (EME), "por proposta do ten-coronel Garcia dos Santos", para o estabelecimento de uma linha directa com o RE 1, da Pontinha, numa extensão de 4 quilómetros. Inicia-se, sem demora, a sua instalação que ficará concluída em menos de 24 horas. Tal iniciativa viria a permitir ao Posto de Comando do MFA o acesso permanente às escutas das redes de transmissões militares e das forças de segurança, missão de apoio técnico cometida à primeira unidade militar.
Claro … o grupo de Garcia dos Santos, com os sistemas de intervenção electrónica dos norte-americanos, funcionava às mil maravilhas !

O comando do “movimento” estava instalado no quartel de Engenharia 1, na Pontinha, em Lisboa, e é desde lá que se contacta para a residência do general Spinola, dando-lhe instruções para se dirigir ao quartel do Carmo, aceitar a rendição de Marcelo e conduzi-lo ao comando onde se lhe reuniria o Almirante Américo Thomaz. Posteriormente, acompanhados de outros dignatários do ex-Regime, foram enviados para o Funchal, em residência vigiada.
O golpe de Estado declarava-se vencedor dum esclerosado e incipiente Regime que só esperava que o derrubassem.

Os “Chaimites”, velhos e obsoletos carros blindados para transporte de tropas, que o “movimento” passeava pelas ruas de Lisboa e Porto, tinham como objectivo fazer crer à maioria da população portuguesa, através da rádio e da televisão, que a "revolução militar" era forte e imparável.
Quem viveu esses momentos recordará cenas caricatas como aquela que vivi na rua do Heroísmo, no Porto, na madrugada de 26 para 27, em que pendurados num velho "Chaimite" parado por falta de combustível, uns recrutas famélicos trocavam as velhas espingardas de parada por algum alimento...

Os militares na rua foi uma acção psicológica que os marxistas, como alunos exemplares da "Nova Ordem Mundial", utilizaram para ludibriar a população e, progressivamente, controlarem o Poder.
A maioria dos agentes e outros funcionários da PIDE/DGS constituiram-se prisioneiros e abriram-se as portas da prisão aos detidos por razões politicas (e não só).

sábado, 21 de abril de 2007

Crónica de uma derrota anunciada !





25 de Abril de 1974
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4/8 Os cenários
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Vários cenários “revolucionários” são então considerados possiveis.
Uns de nítida “inspiração” governamental, embora de tendências variadas :
a) revolta militar, que seria anulada pelas forças do Regime, como foi a tentativa de 16 de Março de 74 ;
b) revolta militar, dirigida por elementos “à direita”, chefiados pelo general Kaulza de Arriaga ;
c) revolta militar, que visaria uma remodelação do Regime, fazendo sair o Presidente da República, Almirante Américo Thomaz, e os salazaristas mais ortodoxos, mantendo Marcelo Caetano.

Estas hipóteses demonstravam claramente que o Regime continuava sem ver onde punha os pés, e estava em vias de pisar a casca de banana que lhe haviam colocado no caminho.
Marcelo Caetano mantinha a convicção que a remodelação do Estado o manteria no Poder, e que o seu adversário mais perigoso era Kaulza de Arriaga…

Outro cenário, este de clara influência norte-americana, apostava numa revolta militar, com exigências de democratização politica e abertura de negociações com os movimentos “independentistas”.

E um último (the last but not the least") com "carimbo e selo" do Kremlim, propunha a revolta militar, controlada pelo partido comunista, que teria como objectivo “entregar as colónias” e “transformar Portugal num país "democrático" e (óbviamente) socialista”

Pragmáticos, os norte-americanos compreenderam que o "movimento boy-scout" que propunham iria ser rapidamente devorado pela "máquina marxista". Não tinham alternativa senão aceitar o golpe comunista (incluindo a entrega sem negociações dos territórios de África) e tentar "recuperar" a situação no momento da “consolidação” !
Sendo que, a entrega dos territórios africanos era exactamente o propósito de Moscovo/partido comunista, e isso mesmo tinha sido claramente afirmado pelo PC através da Plataforma de S. Pedro de Muel.

A “movimentação” dos comunistas era estratégicamente correcta pois, obtendo o beneplácito dos “concorrentes” que se encarregariam de bloquear qualquer reacção do governo, conseguiu obter mãos livres para estruturar e realizar o “golpe”, arrastando com eles os ingénuos do “movimento dos capitães”.

Dezenas de informações chegavam diáriamente de todo o país à PIDE, à Policia Militar, à Legião Portuguesa … até à Guarda Fiscal, sobre reuniões clandestinas, tipografias a trabalhar noite e dia de porta fechada, manifestações de arrogância de elementos comunistas normalmente discretos, etc, etc, sem que nenhuma medida cautelar seja tomada.
Para tranquilizar certos agentes mais recalcitrantes em aceitar a “calma imposta", a hierarquia diz-lhes que é uma táctica para “fazer sair os comunas da toca e depois arrumar com eles” (sic).
O processo de adormecimento vem “de cima” e é imposto às bases.

Na região de Almada, próximo de Lisboa, o padre de determinada freguesia conhecia o plano de movimentação e intervenção dos comunistas numa grande empresa da zona pois, pela viúva de um capataz comunista recentemente falecido em acidente, tinha-lhe sido entregue um documento com essas precisas informações ! A informação foi remetida, pelo padre em questão, à hierarquia eclesiástica de Lisboa e… sumiu !

Vários navios de guerra norte-americanos estacionavam perto da costa portuguesa, em frente a Lisboa, e no aeroporto das Lages (Açores) observa-se um inusitado movimento de aviões militares norte-americanos “ornamentados” de estranhas antenas !
Segundo uns “especialistas” franceses, o procedimento dos norte-americanos era habitual quando participavam em apoio de algum "movimento rebelde", utilizando alta-tecnologia para "intoxicar" as comunicações do adversário e facilitar as comunicações dos “amigos”. Últimammente assim tinham actuado na Grécia e no Chile !
Para esse procedimento, o “movimento revoltoso” em Portugal incluia um técnico de transmissões, Ten. Coronel Garcia dos Santos, formado e aconselhado pelos norte-americanos e por eles apoiado com o material mais sofisticado, embarcado a bordo de aeronaves que sobrevoariam o território nacional a grande altitude e navios da marinha de guerra, também especializados nessas acções.
Nada havia sido descuidado e o que se preparava não era exactamente uma “intentona militar”, como continuavam a cacarejar alguns pobres diabos do governo Caetano, que permanecia impávido, mas pouco sereno, com a sua “evolução na continuidade”.
O que se prepara é um golpe de Estado, pois está infiltrado no Regime (e no próprio governo), e é apoiado por forças militares constituidas, em grande parte, por homens de boa vontade que, conscientemente ou não, mais não são que "inocentes úteis" nas mãos dos golpistas !

Quanto aos politicos não-marxistas … nervosos e saltitões, batiam palmas, davam cobertura aos comunistas nas suas acções de propaganda e desestabilização e … faziam contas à vida, salivando de gozo perante a oportunidade, que previam, em ocupar uma boa posição na "democracia" que se avizinhava.
Ainda a procissão não tinha saido do adro e já estavam a dividir as esmolas. Estava aberta a caça ao “tacho “ !

Após os acontecimentos do Chile (1973), era o primeiro enfrentamento entre os dois capitalismos, o Privado e o de Estado, que entre eles “jogavam” o controlo de regiões tão fabulosamente ricas em matérias-primas como Angola ou Moçambique.
São as duas mãos de um mesmo Poder na aplicação do conhecido movimento da "Tese - Antitese e Sintese" !

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Crónica de uma derrota anunciada !





25 de Abril de 1974


3/8 - A preparação
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No seu livro “Portugal e o Futuro”, o general Spinola desenvolve um texto bem alicerçado do qual ressalto alguns importantes aspectos :

Afirma a impossibilidade de uma solução militar em África
“Atente-se que não há memória de se ter ganho uma guerra subversiva no plano militar …” (pag. 239)

Propõe uma solução politica pela via federativa
“A tese federativa, para a qual somos assim impelidos …” ( pag. 196 e seguintes )

Aconselha acordos priveligiados com a Europa mas, sem associação politica
“… o facto de não podermos ser deixados à margem da Europa, correndo o risco de comprometer o bem-estar social e a ordem e tranquilidade internas se nos forem fechadas as portas do Mercado Comum Europeu” (pag. 86)

“… julga-se que a nossa “integração” não deva ir além de uma “união económica” (pag. 194)

Chama a atenção para o risco da subversão comunista
“Vive-se na preocupação, aliás fundada, da subversão comunista” (pag. 238)

Esta afirmação de fé na solução federal, leva-nos a reler o Plano Colonial da Oposição Portuguesa publicado pelo “Movimento Nacional Independente” do general Humberto Delgado, candidato à Presidência da República em 1958.
Nesse documento, saliento :

nº 3 - “…a Oposição recusa-se a acreditar que a calma e o sossego imperam nas colónias portuguesas …”

b) nº 4 - “A Oposição reconhece o direito dos povos à autodeterminação, com lógica e acertada condição de que o exercício deste direito é impossivel … ( e oposto ) … aos excessos das tribos capazes de ódios primitivos e selváticos. …”

c) nº 8 - “A Oposição não considera a África como propriedade exclusiva dos negros, mas sim de todos os africanos, especialmente de todos os que ali nasceram. …”

d) nº 11- “A Oposição pretende estabelecer a República Federal dos Estados Unidos de Portugal.”

Enfim, com 16 anos anos de diferença, a proposta de Spinola é “um pouco mais do mesmo”, acrescido do problema da inserção de Portugal no Mercado Comum Europeu.
Qualquer das duas posições é contradictória, pelo menos na teoria, com a solução incluida no livro “A Nação Una”, apresentada em Abril de 1953 pelo general Norton de Matos, grão-mestre maçónico e candidato à Presidência da República em 1948 :

* “No Parlamento da Nação Única, com sede em Lisboa, serão representadas todas as outras partes da Nação, por meio de deputados por elas eleitos em número proporcional ao dos seus habitantes civilizados e assimilados”.

Como se depreende, a “Nação Única” incluia Portugal continental e os territórios de África (Ultramar).
Qualquer dos textos, datados de 1953, 1958 e 1974, manifesta um inelutável apreço pela manutenção dos territórios africanos no sistema politico português.
Porém, o que se trama agora é a entrega dos territórios de África, "com a maior prioridade", logo após o derrube do Regime.
O general Spinola não o sabia ou … não o queria saber ?

A 16 de Março de 1974 uma coluna militar sublevada sai do quartel das Caldas da Rainha em direcção a Lisboa, constando que a saida de uma outra coluna de Lamego, não se cumpriu.
Marcelo Caetano refugiou-se em Monsanto, como previsto e a coluna rebelde foi detida antes de chegar a Lisboa.
Os golpistas testavam o sistema de defesa do Regime ; o golpe, como previsto, seria militar e estava para próximo.

Entretanto iam-se consolidando informações sobre o “movimento dos capitães” que, para muitos dos participantes, era puramente corporativo, mas que na realidade estava, desde o início controlado pelos marxistas.
Alguns exemplos :
1. * a reunião para apresentação de um programa do auto-intitulado Movimento das Forças Armadas, realiza-se em casa do coronel na reserva Marcelino Marques, identificado como membro do partido comunista.

2. * depois de várias tentativas de redigir o citado programa, foram nomeados redactores do mesmo :
Ten. Coronel Costa Brás ; Major Melo Antunes e Major Moreira de Azevedo, os dois últimos conotados com o partido comunista.
Melo Antunes, co-signatário da chamada plataforma de S. Pedro de Muel, que exige “uma descolonização imediata”, é amigo pessoal do sr. José Tengarrinha, notório hierarca marxista.

3. * em Setembro de 1973, cento e trinta e seis oficiais à civil, reunem-se numa quinta do Monte Sobral, próximo de Évora, residência de um membro do partido comunista, na presença do Coronel Vasco Gonçalves, membro do mesmo partido.

A situação evolui rápidamente e sabe-se que vários peritos de contra-espionagem da Alemanha de Leste, falando fluentemente o português/brasileiro, têm sido infiltrados em Portugal para prestarem apoio à organização do "golpe".

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Crónica de uma derrota anunciada !





25 de Abril de 1974



2/8 - Os primeiros acordes

Entretanto, afectada pela imigração e preocupada pela guerra de África, pelos seus mortos e feridos, o população, prenhe de propaganda democrata-comunista, desejava uma mudança na “situação” politica.
A mudança de regime seria a panaceia universal, a demagogia dos democratas convenceu as gentes de que iriam trabalhar menos e ... ganhar mais, muito mais. Alguns já se imaginavam com o nível de vida dos suiços !

Dizia-se que, quando Salazar discursava, o fazia de forma hermética e, muitas vezes, metafórica pelo que nem todos compreendiam o que ele dizia, embora todos soubessem perfeitamente o que ele queria ; com Caetano compreendia-se bem o que ele dizia, mas ninguém sabia o que ele queria ! Alguns perguntavam-se se ele mesmo o saberia ?

A situação em África apresentava-se estável, mais pela flagrante incompetência dos "independentistas" que pelos combates travados.
Em Moçambique, o general Kaulza de Arriaga, através da sua técnicamente perfeita operação “Nó Górdio”, desmantelou os insurrectos ; em Angola as forças armadas controlavam a situação militar que, à parte algumas escaramuças, era de certa calma ; na Guiné a situação era mais instável, pela pequena superficie do território como pela proximidade de paises como a Guiné Conakri e o Senegal que infiltravam homens e material e eram um “santuário” para os que atacavam as forças portugueses.

O receio a uma vitória militar portuguesa em África acelera a decisão da “Nova Ordem Mundial” para a intervenção em Portugal, previamente planificada para uma actuação a nivel da peninsula, após a morte do general Franco.

Em Abril de 1973 uma reunião na embaixada americana em Paris reunirá os opositores ao regime do Estado Novo.
Entre os presentes contava-se Mario Soares, um apagado advogado marxista, ex-PCP, que estivera relacionado com Humberto Delgado (e com a sua morte), e o secretário geral do PCP, Alvaro Barreirinhas Cunhal.
Posteriores encontros no estrangeiro entre várias representações da oposição portuguesa (a marxista e "os-outros") parecem ultimar o "timing" do "golpe", embora com os dados actuais nos pareça que o objectivo foi essencialmente de enganar os não-marxistas, que aceitaram credulamente toda a fantasia que lhes "despejavam em cima".
Uma informação proveniente de Espanha revelou um encontro, nos arredores de Paris, entre dois militares portugueses e um elemento da D.G.I. cubana (serviços de espionagem) que era seguido pela policia espanhola.
Acentuava-se a sensação de que algo estava iminente !

Dentro do Estado Novo, as toupeiras iam escavando os alicerces !
Prestemos atenção a dois acontecimentos que arriscam vir a passar despercebidos, ofuscados por outros, mas que terão grande influência no despoletar do "golpe"

O primeiro, em 1972, refere-se à entrevista que o general António de Spinola solicitou a Marcelo Caetano, dando-lhe conhecimento de um encontro que, como comandante-chefe e governador da Guiné-Bissau, tivera com o presidente Senghor do Senegal, o qual levantou a hipótese de um possivel encontro de Amilcar Cabral do PAIGC (partido independentista), com o chefe do governo português, tendo em vista a negociação de um cessar-fogo e posterior colaboração daquele partido no governo da provincia.
Escandalizado com a recusa recebida, acompanhada da ordem de “antes derrotado que negociar”, Spinola, agora convencido de que o governo não queria encontrar uma solução politica, abandona o comando da Guiné e … começa a escrever um livro, que veio a receber o titulo de “Portugal e o Futuro”.
Quando, após a saída de Spinola do comando da Guiné, Marcelo Caetano perguntou ao chefe do Estado-Maior General se a Guiné era defensável e se deveria ser defendida, a resposta desse general foi inequívocamente afirmativa. Esse general era Francisco da Costa Gomes, de quem os serviços de informação franceses, espanhóis e americanos possuiam informações sobre as suas ligações com o KGB !
Porquê um cripto-comunista queria manter a guerra na Guiné ?
Seguramente pela instabilidade criada ao Regime e porque a situação na Guiné estava mais controlada pelos norte-americanos que em Angola ou Moçambique onde os soviéticos levavam vantagem.”

O segundo, em 1973, é provocado pelo sistema adoptado pelo governo, sob proposta do ministro da Defesa e do Exército, general Sá Viana Rebelo, para solucionar o problema das graduações e promoções dos oficiais milicianos.
Por evidente provocação dos autores, o sistema revelou-se despropositado e fomentador de profundo desagrado sobretudo entre os oficiais do quadro.
Para tentar remendar a situação, substituiu-se o indesejado decreto-lei 353/73, de 13 de Julho, pelo decreto-lei 409/73 de 20 de Agosto.
O mal, porém, já estava feito e a contestação dos militares torna-se cada vez mais firme, levando-os “a protestar em termos vivos contra os decretos” como consta de uma exposição de oficiais do quadro permanente do Exército em serviço na Guiné. O pretexto fora encontrado, e estava desencadeado o “movimento dos capitães”, como passou a ser conhecido.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Crónica de uma derrota anunciada !





25 de Abril de 1974


1/8 - O contexto

No ano de 1967 o governo português de Antonio Salazar mantinha duas opções, consideradas vitais para o regime, e que eram perfeitamente antagónicas em termos de estratégia política a longo prazo.
Por um lado, facilitava (de forma envergonhada) a "exportação" de mão-de-obra com o duplo objectivo de "aliviar a pressão social interna" e "manter uma corrente monetária favorável ao Estado", através dos ingressos bancarios provenientes da emigração.
Por outro lado, mantinha acções militares nos territórios africanos, tentando manter a imagem de País multiterritorial e multiétnico !

Situação perfeitamente paradoxal pois, como podia um Estado defender uma Pátria pluri-continental, com tudo o que isto significa em termos culturais e financeiros, quando recorria à emigração de centenas de milhares de portugueses para equilibrar um orçamento descompensado pela guerra em África ?

Como podia Portugal pretender manter o controlo de imensos territórios africanos se não tinha capacidade para explorar as potencialidades da matéria-prima local e convertia a força de trabalho do país em “moço de recados” da Europa, que nos olhava com compaixão ?
E, obviamente, de "olho posto" nas riquezas locais, os interesses oligárquico-financeiros da “nova ordem mundial” preparavam-se para eliminar a teimosia do intruso na geoestratégia por eles desenhada.

Teria, o Estado português, a capacidade política, financeira e operacional para manter a situação ?
Era evidente que não…
Ao "regime do Estado Novo" faltava-lhe a juventude do querer e sobrava-lhe a amorfa senectude do quietismo politico, convertendo a economia em entesouramento e anquilosando a operacionalidade numa sonolenta retórica de auto-satisfação.

A cúpula do "partido comunista", organizada como 5ª coluna do "Komintern", conhecia a fidelidade bovina da maioria dos sócios da sua organização e preparava-se para os acontecimentos que se avizinhavam.
Os opositores "liberais e socialistas", desorganizados e sonhando com o assalto à Bastilha, eram um joguete nas mãos da agitação e propaganda ("agit-prop") dos marxistas !
Os "sonhadores" do Estado Novo, esperavam uma messiânica reforma, contando histórias em que nem eles mesmo acreditavam.
O Regime português estava ideologicamente vazio, mas sobrava-lhe o misticismo !
Como prova, tivemos em Maio de 1967 (em Fátima) uma reza colectiva do governo, reforçado com a presença do papa Paulo VI, de visita a Portugal, pedindo em uníssono à Virgem e aos Santos, que viessem em socorro de Portugal ...

No ano seguinte, havia em Portugal repontos de contestação da juventude estudantil provocados pelo mimetismo ao Maio-68 francês e pela intensa propaganda democrático-comunista que era exercida a nível das Universidades.
Os jovens que no próximo decénio seriam o fiel da balança nas decisões politicas, estavam sujeitos a uma autêntica “lavagem ao cérebro” que ninguém era capaz de minimizar ; nem o moribundo governo nem as forças sociais contrárias à alternativa democrata-comunista.
Parece que o país está vivendo uma curta-metragem, na espera do grande filme que todos queriam ver mas no qual ninguém queria participar. Pacata e serena, a população aceita o devir como lhe ensinaram : com resignação cristã …
Desde as cantilenas mensageiras do José Afonso, ao desconsolo do Toni de Matos, tudo era triste, tudo era “fado”.

Em África combatia-se, um combate lento… como tudo em África, e começa a compreender-se que é uma guerra que nunca ganharemos.
Não por incapacidade de chefias ( os generais Kaúlza de Arriaga e António de Spinola são dois competentes militares ) ; não por falta de valentia da tropa ; nem sequer por dificiência de armamento. Não poderia haver vitória militar pelo mesmo motivo que não a houve com a França na Argélia, ou com a Bélgica no Congo : por decisão política das organizações que governam o Mundo !
É, uma vez mais, a interpretação pelas empresas transfronteiriças (e seus capatazes políticos) do discurso pronunciado pelo general De Gaulle em Brazaville, em 1944. De Gaule propôs colaboração entre a administração europeia e a local, conhecendo a dificuldade dos locais em administrar o território ; a interpretação do "politicamente correcto" foi de entregar os territórios a chefes locais para que as organizações transfronteiriças passem a dirigir (a negociar e a lucrar) através de sobas incompetentes e subornáveis.

Em 1969 Salazar, por doença, é substituido por Marcelo Caetano, e morre em 1970.
O “marcelismo” do Prof. Marcelo Caetano, um técnico da Administração Pública, sempre teve a imagem de um "interregno".
O Estado Novo, orfão do seu fundador, manifesta falta de tudo, principalmente confiança em si mesmo.
Instalado na monotonia, o regime esvaece… dilui-se !

Era por demais evidente que uma alteração politica se preparava nos bastidores. Contam-se as espingardas !
Constituindo o partido comunista uma organização a nível de todo o País e que a maioria dos africanos com alguma formação politica frequentavam ou tinham frequentado a escola de formação de quadros de Moscovo, denominada “universidade Lumumba", era óbvio de que a organização do sr. Cunhal iria ter a fatia de leão no previsivel "golpe".
Considerando a infiltração do partido comunista nas Forças Armadas, estes prepararam-se para utiliza-las como intimidação, sabendo que o regime do tranquilo Marcelo Caetano não teria nunca capacidade de reacção.
A intervenção militar mais não seria que uma cobertura teatral para justificar a indispensável “movimentação” política.
Falava-se, ainda "surdina", de descolonização, fazendo crer aos portugueses que estavam em África que poderiam aí continuar e beneficiar da nova situação. E a maioria deles acreditou. Foi trágico o despertar !

terça-feira, 17 de abril de 2007

Crónica de uma derrota anunciada !







25 de Abril de 1974



A partir de amanhã publicaremos, em oito capitulos, um resumo do periodo próximo ao 25 de Abril de 1974, tal como o vivemos.
Como um português mais… sem ligações partidárias, somente como observador interessado.
Foi escrito pouco a pouco, mês a mês, e recompilado em 1984 !

A jeito de intróito queria referir que nunca fui um adepto do regime do Dr Salazar.
Merecia-me respeito, como homem integro e como estadista honrado (os que nasceram após o Abril de 1974 não sabem o que isso é), mas o seu Regime era demasiado clerical, e como nunca fui defensor de dogmas, nem políticos nem religiosos, nunca me aproximei das estruturas do "Estado Novo".

Se o Estado Novo do tempo de Salazar necessitava uma remodelação, o do tempo de Caetano pedia a gritos que o derrubassem !
Mas, o que se passou com o Abril de 1974 foi uma traição, uma burla, um crime.
Para que se cumprissem os designios de uma espécie de fatídico destino decretado por um bando de financeiros esotéricos, uma pandilha de corruptos lançou este País na pobreza económica (excepto para alguns) e na miséria cultural (para quase todos).

datas das publicações

Abril

18 - 1/8 - o contexto
19 - 2/8 - os primeiros acordes
20 - 3/8 - a preparação
21 - 4/8 - os cenários
22 - 5/8 - a golpada
23 - 6/8 - os da fotografia
24 - 7/8 - a exemplar descolonização
25 - 8/8 - o lavar dos cestos

Para que nunca se esqueça, e nunca se perdoe !

segunda-feira, 16 de abril de 2007

A História escondida !



Três naufrágios, três crimes de guerra

Em principios de 1945, com a Alemanha a ser incessantemente bombardeada, a guerra estava decidida !
Mas… faltava cumprir o "Purim", a vingança biblica !

A 30 de Janeiro de 1945 o barco alemão de passageiros Wilhelm Gustloff navega pelo Báltico com cerca de 10.000 refugiados alemães (dos quais cerca de 4.000 crianças e adolescentes) tentando chegar a Kiel, ainda livre da ocupação do exército soviético.
O nome do barco era uma homenagem ao activista alemão Wilhelm Gustloff, assassinado a 4 de Fevereiro de 1936 (três anos antes do inicio da guerra) em Davos, na Suiça, por David Frankfurter, um estudante judeu.
Ao cair da noite o comandante alemão Petersen recebe ordem de acender as luzes de posição para evitar qualquer risco de colisão com uns barcos "draga-minas" que operavam na zona.
Então, Alexandre Marinesko, comandante do submarino soviético S13, faz disparar sobre o indefeso "Wilhelm Gustloff" quatro torpedos, baptizados como "pela mãe pátria", "por Estaline", "pelo povo soviético" e "por Leninegrado" !
Mortalmente atingido, o barco alemão naufraga em cerca de 50 minutos, sepultando os seus tripulantes e passageiros nas águas geladas do Báltico, salvando-se apenas cerca de 990 pessoas.

A 10 de Fevereiro de 1945 outro barco alemão, o General von Steuben, transportando cerca de 4.000 refugiados da Prússia oriental, é igualmente torpedeado pelo mesmo submarino soviético, arrastando para o fundo do mar a quase totalidade dos que se encontravam a bordo. Somente 630 passageiros conseguiram escapar !

A 16 de Abril seguinte, é a vez do Goya, outro navio carregado de refugiados (mais de 6.000), afundado, ás 23h52, pelo submarino soviético L3, comandado por Vladimir Konowalow. Somente escapam 165 pessoas !

Os comandantes dos submarinos soviéticos, Alexandre Marinesko e Vladimir Konovalov, pelos seus "actos heróicos, no cumprimento da directiva de Estaline, de 6 de Novembro de 1941, que exigia o exterminio dos alemães, são recompensados com o titulo de "Heróis da União Soviética" !

As milhares de vitimas civis, que cometeram o imperdoável crime de tentarem evitar ser chacinadas pelo exército vermelho, foram pura e siplesmente esquecidas pela História oficial.
A História contada pelos vencedores !

domingo, 15 de abril de 2007

Destapando os designios da "democracia"






Entrevista
José Pinto Coelho (PNR)
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(…)
Há um lobby gay?

Então não há? O próprio Serzedelo disse-o isso há uns anos. Um destacado membro do PS, o Carlos Candal, falou de um lobby gay.
O presidente do PNR não tem problemas nenhuns em dizer que há um lobby gay cada vez mais enraizado no sistema político português e que está a levar a água ao seu moinho.

Qual é a agenda política desse lobby gay?

O próximo passo, não tenho dúvidas, é exigir o casamento homossexual. O casamento é entre um homem e uma mulher, ali chamem-lhe o que quiser. Chamem-lhe parelha. Não tenho problemas em dizer as palavras. Mais dia, menos dia, a União Europeia vai impor uma lei de criminalização da homofobia. Adoram criar dogmas e tabus. Mas não podem atar ninguém de mãos e pés. Se me quiserem prender por homofobia, prendam.
No Parlamento, desde o CDS ao BE - é tudo a mesma porcaria – escancararam a porta ao lobby gay ao acrescentar uma linha ao artigo 3 da Constituição. A seguir vai ser a adopção de crianças. Estão a perverter a sociedade toda. Nas novelas, começa a aparecer o casalinho gay, e é assim que eles ganham terreno.
Não sou puritano. Se uma pessoa gosta de ser homossexual, eu não lhe gabo o gosto, mas ninguém tem nada a ver com isso. Mas não posso aceitar que impinjam à sociedade comportamentos antinaturais.
(…)

O que é o Objectivo 2009?

É o de chegar ao Parlamento. No dia em que chegarmos ao Parlamento, tudo muda em Portugal. Muda a história da Terceira República.
Os patronos do sistema estão nervosos porque já perceberam que não conseguem parar o nacionalismo.

Respeita a democracia parlamentar?

Eu respeito o Parlamento, respeito as instituições, mas não respeito quem não nos respeita. Não respeito os deputados histéricos sob a batuta do Manuel Alegre, que deve ter saudades do PREC. Não respeito nenhum deputado desde o BE à direitazinha medíocre do CDS-PP.
Temos um partido único com cinco secções.

Como assiste à crise da direita?

Chamam-lhe direita por conveniência. É a direita que a esquerda permite. Mas são assuntos que não me dizem respeito. Estou-me nas tintas que o CDS se dilua, que a Zézinha Nogueira Pinto ande ao estalo com o Paulo Portas.
Foi ela que apresentou na Câmara Municipal de Lisboa a moção contra o cartaz do PNR, eu quero é que o partido dela se desfaça todo.

Como conjuga o nacionalismo que defende e os contactos internacionais que mantém?
O PNR é europeísta?

Não, somos claramente contra a União Europeia. Somos anti-federalistas até à medula. Mas há uma ideia errada, que é pensar que, por sermos nacionalistas, odiamos tudo o que é estrangeiro.
(…)
Um povo é tão mais livre e soberano quanto maior liberdade tiver para escolher as suas alianças, os seus acordos e tratados.
Rejeitamos por absoluto esta construção europeia artificial que serve interesses obscuros, empresariais, o capitalismo selvagem. Advogamos uma Europa das Nações, em que estas se apoiem mutuamente no campo da defesa, do ambiente, da economia.
No dia em que chegarmos ao Governo, se a UE ainda existir, gostaria de renegociar os acordos de Schengen e o Euro.
(…)

"PNR: O que pensa o rosto dos cartazes no Marquês de Pombal"
por Ana Cristina Câmara e Pedro Guerreiro
entrevista de "O Sol" a José Pinto Coelho, líder do Partido Nacional Renovador
* fragmentos retirados de
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=29555

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Os designios da "democracia"





A destruição dos valores éticos
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Diz Friedrich Hegel, in "Principios da Filosofia do Direito", referindo-se à representação romana da sabedoria e da ciência que "a coruja de Minerva inicia o seu voo ao entardecer".

Com efeito, a partir de certa idade ("ao entardecer") predispomo-nos, sem rigores doutrinários nem libertinagens de moda, a analizar os seres e as coisas que nos rodeiam, as tendências da sociedade que nos envolve, as cores, as formas e os sons que apercebemos.
Os tempos ligeiros da meninice, a revolta da juventude, a aquisição de saberes e a busca de conhecimentos, tudo se vai avolumando, estratificando no baú de recordações que é a memória, de onde, antes que cheguem os grandes frios, vamos retirando experiências, colhendo o que semeamos e surpreendendo-nos pelo que a visão retroespectiva nos vai revelando e… ensinando !
Gradualmente, vamos confirmando o contraste entre o mundo perspectivado e o que transparece da realidade, e decididamente compreendemos Dominique Venner quando referia que "ser rebelde" é sentir uma imensa incompatibilidade entre o que somos e o mundo que nos envolve !
Escreveu Ernst Jünger in "Der Waldgänger" (1951) : "É rebelde aquele a quem a sua própria natureza põe em contacto com a liberdade"

Inequívocamente, constatamos quão a sociedade actual, "o mundo que nos envolve", é uma completa distorção do que nos anunciava a Antiguidade Clássica.
A crematística, o dogma e a demagogia, romperam o equilibrio entre o "ser-humano" e a Natureza, entre o relacionamento do "ser-humano" consigo mesmo !

As regras da actual sociedade, por determinação política, "esquecem" que entre uma eternidade anterior e outra que há-de vir, o acaso e a necessidade frutificam biologicamente o acto cordial e necessário que a genética do Ser impõe como reprodução da espécie humana.
Diz o poeta que o homem, "mais que besta sadia é um cadáver adiado que procria"…, e como auge dessa falta de sensibilidade o Papa Gregório I, o Grande, 604 (Era Actual-EA), afirmava que "a cópula macula um casal até quando o objectivo é procriar".

Creio, no entanto, que o afecto sensualizado é um acto psiquico de grande importância para o normal relacionamento entre humanos que, por inerência da diversidade sexual, decidem reproduzir-se.
Para a mitologia grega, no princípio era o "Khaos", personificação do vazio primordial, abismo insondável mas dotada de energia prolífica.
Hesíodo, na "Teogonia", diz-nos que "Khaos" gerou por partenogênese a primeira geração de deuses : Gea, Geia ou Gaia (Terra), Tártaro (local profundo - inferno), Eros ( amor, desejo), Erebos (trevas), Nix (noite).
No entanto, a Noite e Erebos só puderam unir-se e procriar pela intervenção de uma força, eterna como os elementos do próprio "Khaos". Essa força foi Eros, ou o Amor (afecto sensualizado), deus da união e da afinidade, e nenhum Ser pode escapar à sua influência. O seu oposto é Anteros, a apatia, a aversão, que separa e desune. A tensão entre Eros e Anteros era a garantia da evolução do mundo, o que impedia de voltar ao "Khaos".
Também para que Nix e Erebos gerassem Aiter (éter - ar) e Hemera (dia), a influência de Eros foi indispensável.

A importância de Eros era considerada tão importante que, na Grécia Antiga, se utilizavam quatro verbos para designar o que na actualidade resumimos em "amor".
Na origem da palavra erotismo, "erao", representava o amor de um casal e a sua mútua atracção sexual, enquanto "stergo" significava o afecto nas relações familiares, "fileo" especificava o sentimento limpido e duradouro que deve ser a amizade e "agapao" o que podemos definir como "amor solidário".
Os primeiros cristãos utilizavam "agapao" para designar o "amor ao sobrenatural".

Platão mostra o seu personagem Sócrates, no diálogo Fedro, narrando que as duas origens do "afecto sensualizado" seriam, para os deuses, “ptérôs” (asa), aquele que tem asas e as doa, e para os homens, “eros”, aquele que recebe asas.
"Eros" é pois uma doação dos deuses aos que se amam (amantes), para que disfrutem de felicidade.
Para os romanos o deus do "amor" era Cupido, representado também com asas !

Embora contrariando o que disse o Papa Gregório, reitero que a importância do "afecto sensualizado", colocado em evidencia por Platão, é circunstância fulcral num relacionamento equilibrado entre os progenitores de um Ser que, entre as duas citadas eternidades, desperta para a vida.
Ë penivel, doloroso e revoltante assistir à propaganda que, com os mais inconfessáveis propósitos, organizações politica e financeiramente poderosas tentem desvirtuar o sentido do "erao", do "Eros", pretendendo retirar-lhe a exclusividade de se afirmar entre seres sexualmente diferenciados.

A mais pequena, e mais indispensável célula de uma Sociedade é, naturalmente, constituida pelo Pai, pela Mãe e pelo Filho. É nesta exclusiva base que pode, e deve, formar-se e manter-se uma Sociedade psicologicamente sã.
Os transtornos genéticos e psicológicos, com influência no comportamento sexual, devem ser compreendidos, mas também devem ser submetidos a tratamento, e não transformados em "ideais societários" para subverter, influenciar e desestabilizar os procedimentos e o relacionamento entre cidadãos saudáveis.
Se orgulho existe no âmbito sexual, esse será o que podem manifestar um homem e uma mulher na sua mútua atracção procriadora e significante do amor solidário.

Regionalização



A Nação como fundamento

Um novo "blog"

"Gallaecia"
http://gallaeciaeuropa.blogspot.com

Regionalização como expressão étnica e cultural de Nações submergidas pelo conceito de País.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Mentira e Incompetência



O "engenhêro" Pinto de Sousa

Sócrates licenciou-se num domingo
Expresso - 30/03/2007


De toda a balbúrdia que por aí vai, sinceramente, pouco me importa se o 1º ministro é ou não engenheiro, arquitecto ou mecânico de tractores…
O que me aborrece profundamente é a mentalidade "do canudo" que continua a grassar nas mentes desta população "à beira-mar-plantada", a subordinação aos titulos (aos "dótôres") e o desprezo pela competência !

O caso vertente do senhor Pinto de Sousa (José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa) não apresenta a dualidade "canudo vs competência" porque, como todos constatamos, se o 1º ministro não é licenciado, tão pouco é competente.

Com a devida vénia ao interessado, que não nomearei, permito-me relatar um caso que é paradigma da infortunada mentalidade que concede prioridade a uma licenciatura, reconhecida pelas corporações universitárias locais, sobre a demonstrada competência.
Pelo ano de 1978, numa época em que a "informática" ainda por cá se chamava "mecanografia", um velho amigo meu (então com 35 anos) foi "convidado" (repito, "foi convidado") pelo director da EDP-DODN para assumir a chefia do "Centro Mecanográfico" sito na rua Alexandre Herculano, no Porto.
Homem de larga experiência em grandes computadores de gestão ("L'Oreal" e "Michelin"), foi aconselhado à EDP pelo representante do equipamento que estava previsto instalar, um Honeywell Bull.
Excelente técnico, bom gestor e… senhor de uma inquebrantável personalidade, o meu amigo recusou participar em provas de aptidão a serem realizadas por meia dúzia de tecnocratas, que de informática conheciam fotografias, e um grupo de "kamaradas" da auto-denominada "comissão de trabalhadores". Era pegar ou… largar !
E a EDP pegou, e bem, porque em apenas dois anos de intenso e dedicado trabalho, a EDP-DODN tinha um verdadeiro "Centro de Informática" que havia passado de 12 a 72 técnicos, citado em várias publicações (desde "O Primeiro de Janeiro" ao "Jornal"), premiado pelo construtor, homenageado e visitado por técnicos de informática vindos de vários países (lembro a Bélgica, Itália e Marrocos entre outros).
Pela primeira vez em Portugal a informática foi descentralizada e colocaram-se computadores "satélite" em Viana do Castelo e Braga (e uma previsão para Vila Real e Bragança).
Porém, e aqui regressamos "à meada", em determinado momento (já em 1980 e com o mais dificil trabalho realizado) os funcionários da burocracia (que odeiam a competência) exigiram que para continuar nas funções, que ocupava há dois anos, tinha que apresentar uma licenciatura de engenheiro "reconhecida em Portugal". Assim que, a licenciatura de "engenheiro sistemas" que o meu amigo obtivera em França, não sendo reconhecida pela "Ordem" do betão armado… de nada valia.
Foi colocado numa "prateleira" administrativa, mas por pouco tempo, pois apresentou a demissão !
Um caso real, bem demonstrativo de um dos principais factores da emigração de técnicos e intelectuais e consequente incompetência e pasmaceira ambiente em que este País continua mergulhado !

O assunto referente ao senhor Pinto de Sousa é diferente por duas razões :
1. é mentiroso ao dizer ser "engenhêro", o que comprovadamente não é ;
2. é incompetente, como a sua prática politica publicamente demonstra.

Claro que, também é politicamente desonesto.
Se assim não fosse já teria apresentado a demissão !

Mas, ser mentiroso, incompetente e politicamente desonesto serão razões para que, em Portugal, um politico demita ?

terça-feira, 10 de abril de 2007

Manipulação da História




Os árabes na "libertação" da Europa


Ao filme "300" (a batalha das Termópilas), que se apresenta como não-histórico (o que é evidente), haverá que juntar outro filme que por aí vai sendo publicitado, igualmente fabricado pelos gabinetes de "agitação-propaganda" do "Sistema politicamente correcto".

Refiro-me ao filme do "francês" Rachid Bouchared (nascido em Paris de pai e mãe argelinos) com o titulo original "Indigènes" (Indígenas) mas rebaptizado "Days of Glory", para se enquadrar mais no estilo "hollywoodesco" !

Estreado a 27 de Setembro de 2006, pretende ser um filme histórico, quando na realidade não passa de uma flagrante falsificação da História, numa clara e abusiva intenção de condicionar os espectadores.

Pretende relatar a historia de quatro "indígenas argelinos", recrutados pela França na colónia da Argelia no periodo 1944/45, para lutarem contra a Alemanha.
Said, Abdelkader, Messaoud e Yassir, os "indígenas", batalham ferozmente em regiões como a Provence, Vallée du Rhin e Les Vosges contra os maus alemães que tinham manifestado a peregrina ideia de que a Europa é para os europeus ; uma verdadeira insensatez !
Felizmente, a Europa teve a ajuda desses "cruzados do Islão" lutando para "libertar a mãe pátria"… que obviamente é a Europa, e no caso presente a França !

Tão bravos, valentes e heróis que, os quatro sózinhos, defendem uma povoação da Alsácia (habitada por brancos cobardes) da ofensiva de um batalhão do exército alemão !!!
Parece que regressamos aqueles filmes dos "mil indios à direita, mil indios à esquerda e Gary Cooper sózinho !".
Na verdade, para quatro argelinos democráticos, que pode representar um batalhão da Wehrmarcht senão um grupelho de "skinheads" ?

Mas, a cereja no cimo do bolo colocou-a o "super-menteur" (super-mentiroso), como é conhecido em França o presidente da república local, Jacques Chirac.
Com efeito, após uma apresentação privada a Chirac (e madame) e ao 1º ministro Dominique de Villepin, o choque emocional do presidente (e da madame respectiva) foi de tal amplitude, que resolveu melhorar as pensões dos africanos que combateram contra os alemães (alguns dizem "pela França").
Uma coisa é certa. O valoroso Chirac não teme… o ridículo !

Para os que não acreditam em teorias conspirativas, ficou a dúvida se Chirac (conhecendo-se a sua boçal ignorância) está mesmo convencido de que a patranha apresentada tem algo de histórico…

Alguns meios de comunicação, fazendo alarde da sua "paixão africana", referiram que 600.000 homens vieram das colónias "libertar" a França !
Não nos devemos surpreender se as feministas protestarem, exigindo que se incluam mulheres no total indicado… e que "gays e lesbianas" também exijam uma quota !

domingo, 8 de abril de 2007

Mitologia judaico-cristã !




O dogma Pascal



"Páscoa" é um termo que provém do hebreu "Pessah" ("passagem"), e designa a festa judia que comemora a mitológica "saida dos judeus do Egipto", segundo a Tanakh (Biblia judaica).

No cristianismo, em cuja Biblia figura a Tanakh como Antigo Testamento, "Páscoa" designa a festa cristã que comemora, segundo os Evangelhos (Novo Testamento), a morte e a ressureição de Cristo.
Segundo a mitologia cristã, Cristo é crucificado numa sexta-feira e ressuscita no domingo seguinte (domingo de Páscoa).

Antes do Concilio de Niceia de 325 da Era Actual (EA), a data da Páscoa era calculada relativamente à "Pessah" (para que não coincidissem) ; após esse Concilio passa a ser calculada segundo uma regra fixa que, em termos práticos, determina a sua comemoração no domingo seguinte à primeira lua (lua-cheia) que segue ao equinócio da Primavera.

Foi executando uma tabela matemática para cálculo da data da Páscoa que o monge Dionysius Exiguus (470-544 EA) decidiu, em 525 EA, que a data do nascimento de Cristo (Anno Domini) teria sido em 752 após a fundação de Roma (auc : ab urbe condita).

Segundo a mitologia cristã, Cristo teria nascido durante o reino de Herodes, o Grande (rei de Judea ou Iudaea), porém, os dados históricos e arqueológicos, revelam que Herodes morreu cerca de seis anos "antes" da data atribuida por Dionysius Exiguus a esse nascimento.
Não podendo refutar as provas (o recurso à fogueira passou de moda) a Igreja aceita que os cálculos de Exiguus são erróneos e… nada altera !
O que é comprensível, pois, se começa a incluir dados históricos na mitologia, arrisca a desmoronar a virtualidade que arquitectou.

Aliás, aos que raciocinam, parecerá estranho que somente no século VI da Era Actual (EA) alguém se preocupasse com a data de nascimento de Cristo que até então repousava (entre outras hipóteses) numa referência incluida num dos livros oficiais da Igreja (o evangelho de Lucas) que indicava ter Cristo 30 anos no 15º ano do reinado do Imperador romano Tibério e nas informações de Hippólito de Roma e do historiador Orósio, que indicavam 752 ab urbe condita, o que era coincidente com o "palpite" de Exiguus, demasiado coincidente, pois incluem todos o mesmo erro com referência a Herodes…
Mas, nas crenças, antes como agora, que importa a realidade ? Se necessário for, acertasse a realidade pelo mito !

Durante séculos, Cristo foi considerado um "ente gnóstico", como sempre defendeu Saulus (Paulo) de Tarsos.
É somente a partir do ano 150 EA que a comunidade cristã de Roma se separa dos cristãos gnósticos e elabora o mito de um Cristo humano, crucificado, uma atitude compreensível numa perspectiva de divulgação de um "quase deus" entre os seguidores de doutrinas e ritos próximos dos fenómenos naturais, que os cristãos denominavam "paganismo" !

Quanto ao dia do nascimento, um "computo" escrito em 243 EA, atribuido a Pseudo Cipriano, fixa o 28 de Março mas, em 375 EA, o Papa Julius I anuncia, sem mais explicações, que a data de nascimento teria sido a 25 de Dezembro (data em que se festejava o nascimento do deus Mitra e as festas romanas das Saturnálias !).
O povo continuou a festejar como habitualmente mas, o contexto foi progressivamente sendo alterado !

Pela intensa propaganda que todos nós suportamos desde a mais tenra juventude, muitos comportam-se como o teólogo Albert Schweitzer (1878-1965) que, reconhecendo no prefácio da 1ª edição do seu livro "Vida de Jesus" a inexistência de documentos históricos dignos de credibilidade que certifiquem a historicidade de Cristo, mesmo assim decide escrever a sua biografia !
As doutrinas religiosas, todas as doutrinas religiosas, são actos de fé, não de razão !

O calendário de Dionysius Exiguus sobre as datas da Páscoa foi aprovado pelo Papa João II em 533 EA, e serviu para determinar o inicio da nova Era que deveria suceder à Era de Diocleciano.
O nascimento de Cristo é pois, "oficialmente" reconhecido como sendo a 25 de Dezembro de 753 auc, e o ano 1 do Anno Domini faz-se coincidir com o inicio do ano Juliano (calendário Juliano), 754 ab urbe condita.

Mas, a Era Cristã somente começaria a ser utilizada na Inglaterra no Sinodo de Withby em 664 EA, e consagrada pelos esforços do monge Bede a partir de 676 EA.
No continente começa a referir-se no século XII, em Espanha no XIV e no mundo grego no XV.
Em Portugal, a Era Cristã é oficialmente adoptada em Agosto de 1469, passando o ano para 1422 !

Antes da invenção da "Pessah" como saida do Egipto, os hebreus festejavam nessa época do ano o início das sementeiras, e os europeus, muitos séculos antes da imposição do cristianismo pelo Império de Roma, enalteciam a Natureza nesse renascimento da vida que representa a Primavera.
Daí que, ainda na actualidade, neste momento do ano se ofereçam ovos (agora de chocolate), um símbolo de fertilidade !

sábado, 7 de abril de 2007

Visão Nacionalista !


Europa das Nações

" Somos Europeus e temos que ir ao encontro das nossas raízes.
E a Europa tem dentro de si a massa critica para ser líder do mundo desde que consiga articular esforços.
No entanto, e aproxima-se mais uma proposta para nova Constituição Europeia, é necessário que seja respeitada a independência das Nações.
Uma Europa Federada seria o princípio do fim do sonho europeu, pois se as regiões da periferia actual se sentem afastadas dos centros de decisão e os interesses regionais dentro de cada país por vezes são prejudicados em favor do poder central, como seria com um governo europeu único a milhares de quilómetros de distância.
Insatisfação, revolta, e o processo inverter-se-ia, com os países a abandonarem o projecto."

*** comentário de Carlos Branco, Presidente do Movimento Pró-Pátria, em entrevista à NOVOPRESS
- 2 de Abril 2007
http://movimentopropatria.pt.vu/