segunda-feira, 25 de junho de 2007

Little Big Horn


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o colonialismo yankee
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À chegada dos primeiros europeus ao actual Estado de Montana (Estado setentrional dos Estados Unidos, limitado ao norte pelas provincias canadianas da Colombia-Britânica e Alberta.) a região estava habitada por "amerindios" (ou "indios da América", pelo nome "Indias Ocidentais", inicialmente atribuido ao continente), principalmente das nações Cheyenne e Sioux.

Em 1874, o tenente coronel de cavalaria George Armstrong Custer (1839-1876) conduz no Estado de Montana uma expedição exploratória aos Black Hills (montanhas sagradas para os indios), em pleno território dos Sioux Lakotas e descobre um jazigo aurífero potencialmente importante.
As autoridades tentam negociar com os Lakota a compra das Colinas Negras (Black Hills), antes da chegada da tradicional vaga de exploradores de ouro mas, em Setembro de 1875, as negociações terminam sem resultado, pois os autóctones não entendem o objectivo de adquirir para uso próprio uma montanha "que a Natureza criou para disfrute de todos".

Amarrado à sua lógica mercantilista, o governo americano decide lançar uma ofensiva militar contra os "indios hostis" de Montana e, na Primavera de 1876, várias colunas militares convergem para a região.

A 17 de Junho, na batalha de Rosebud, os Sioux chefiados por "Tatanka Iyotanka" (Bisonte Sentado ou Sitting Bull) e "Thašunka Witko" (Cavalo Louco ou Crazy Horse) derrotam as forças do general Crook.

A 25 de Junho de 1876, próximo do ribeiro Little Bighorn (afluente do Bighorn) os 647 homens do 7º Regimento de Cavalaria do Exército dos Estados Unidos, comandado pelo general George A. Custer, ataca uma coligação de indios Cheyenne e Sioux, organizada pelo chefe Sitting Bull, e chefiados em combate pelos chefes Crazy Horse e "Pizi" (Gall).
A batalha, conhecida como Little Big Horn (ou Little Bighorn) termina com a derrota do 7º de Cavalaria (38 feridos e 263 mortos incluindo Custer).

Little Big Horn ficou como simbolo de honra para os homens e mulheres que, com parcos meios ao seu alcance, lutaram contra a avassaladora vaga mercantilista, a febre do ouro e a justiça do revólver…
Os descendentes dos bravos de Little Big Horn estão hoje confinados em reservas… uma vitória mais da democracia !
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Os Cheyennes (que a si mesmo se denominavam "Tsitsistas") constituiam uma das mais importantes nações amerindias da região, aliada dos Arapahos e dos Lakotas (Sioux).
Antes da batalha de Little Big Horn haviam sido já vitimas do denominado Massacre de Sand Creek, em que cerca de 200 (guerreiros e civis) foram mortos pela milicia do Colorado, e em 27 Novembro de 1868 sofreram igualmente a morte de 150 (dos quais 20 mulheres e crianças) sacrificados pelo 7º de Cavalaria comandado pelo tenente George Armstrong Custer, na denominada Batalha de Washita River, eufemismo para classificar um massacre.

Os denominados Sioux (nome que provém de "nadewisu", termo pelo qual eles designavam os povos vizinhos) constituiam três grupos étnica e culturalmente próximos : os Lakota, Nakota e Dakota.
Os Sioux denominavam-se a eles mesmo "Oceti Sakowin Oyate", "Povo dos Sete Fogos" (os sete clãs que os constituiam).

"Gostaria de conhecer as razões pelas quais vocês circulam sobre as nossas pistas.
Assustais os bisontes e nós temos necessidade de caçar nesses locais.
Desejo que vos retireis deste país. Se recusais, de novo vos combaterei.
Quero que abandoneis o terreno com todos os vossos pertences, e que volvais para trás.
Falo-vos como amigo."
Palavras de "Bisonte Sentado" dirigidas aos colonos.

13 comentários:

Anónimo disse...

"Os descendentes dos bravos de Little Big Horn estão hoje confinados em reservas… uma vitória mais da democracia !"

Sorte a deles.
Já nos europeus porque vivemos em sociedades desenvolvidas e capitalistas não vamos ter a mesma sorte de ter reservas para que as nossas etnias sejam preservadas e possam continuar a existir para sempre.

Assim, no futuro os indios continuarão a existir e nós europeus não.
Existirão reservas ou sociedades atrasadas e fechadas à mistura de amerindios da america do norte e do sul, de africanos, de aborigenes. Penso que as etnias asiáticas também continuarão a existir (japoneses, Chineses, Coreanos, etc). E de resto existirá um povo misturado como o tipico Brasileiro.
Etnias europeias no futuro, nem vê-las.
É triste e revoltante..

mas nós merecemos, a nossa burrice e subserviência à propaganda dos meios de comunicação social faz com que nós realmente merecamos a extinção.

c disse...

O Sr.António Lugano tem alguma coisa contra o «colonialismo» europeu?

Já não se pode ser «colonialista»?

Já agora, em jeito de mera observação, aproveito para dizer que espero novos posts sobre o «colonialismo» europeu, continuando a denúncia do que os malandros dos europeus (quem mais?!) fizeram por esse mundo fora.
É que, já que foi buscar este assunto, é de mínima justiça elaborar uns quantos posts sobre diversas potências coloniais europeias pois, de contrário, pode pensar-se que está só a embirrar com os estado-unidenses (assim é que está bem).

c disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
c disse...

A minha «estranheza» por este post prende-se, únicamente, ao simples facto de que o 7º Regimento de Cavalaria do Exército dos Estados Unidos não se portou melhor (nem pior) que outros europeus por esse mundo fora aquando da expansão colonial.

Já agora, que estou num blogue que tanto já «criticou» a CIA, gostaria de saber para quando o post de «indignação» pelo envolvimento da mesma nos acontecimentos de 11 de Setembro de....1973?!


Cumprimentos.

António Lugano disse...

ao Zagas

Não sou tão pessimista mas... antes morto que confinado numa reserva!

António Lugano disse...

ao "gauleiter de chelas"
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Parece-me óbvio que, considerando tudo o que aqui tenho escrito, sou radicalmente contrário a qualquer forma de colonialismo, desde o religioso ao económico passando pelo cultural.
Entendo que os povos têm todo o direito de dispor de si mesmos, no respeito das opções dos demais.
Considero condenável as acções colonialistas, evidentemente violentas, tanto as exercidas sobre os amerindios (no norte, centro e sul do continente americano), como sobre os africanos, os indianos ou os tibetanos.

Pergunta-se me pode ser colonialista?
Porque não? Está no seu direito… Tomás de Aquino denominava esse direito de "livre arbitrio"!
Mas, permita-me agora uma questão : "Concordaria que alguém actuasse consigo, e com os seus, de forma colonialista?
Por exemplo, que o obrigassem a orar cinco vezes por dia arrodilhado na direcção de Meca? Que obrigassem a sua esposa, ou a senhora sua mãe a usar "burka"?

Mantém uma mesma lógica sofística já recorrida em "post" anterior.
Considera justificados os actos do "7º Regimento de Cavalaria" porque não se comportaram "melhor (nem pior) que outros europeus por esse mundo fora aquando da expansão colonial".
Recorre a um "argumento circular" caracterizadamente falacioso.
Será que um esturpo, um acto de pedofilia ou um assassinato, são actos que se podem exculpar "porque outros já o cometeram"?

Sobre os actos da CIA (nome genérico e mediático que cobre várias organizações com propósitos inconfessáveis), e aquí voltamos ao conceito de "colonialismo", considero-os absolutamente reprováveis.
Não só os do 11.Setembro.1973 no Chile, mas também os do 25.Abril.1974 em Portugal, ou os do 23.Fevereiro.1981 em Espanha (e um grande etc…)!
Repare como são tipicamente colonialistas as acções dos Estados Unidos na Sérvia, no Afeganistão e no Iraque, ou os cometimentos de Israel no Libano e na Palestina, ou da China no Tibet.
Não estaremos na Europa a ser vitimas de um colonização cultural e genética por parte de povos alógenos que o "big brother" nos quer impor?
Como podemos defender-nos do colonialismo de que somos vitimas, se aceitamos o seu conceito?

Cumprimentos

Anónimo disse...

Únicamente los paises atrasados son objeto de "false flag operations"..........

c disse...

"Mantém uma mesma lógica sofística já recorrida em "post" anterior."

Meu caro, estou em crer que me exprimi de forma errónea.
Não há no que escrevi nada de «sofística», pois não estou a justificar e/ou apoiar as acções do 7º Regimento de Cavalaria do Exército dos Estados Unidos.
Fiz ,únicamente, uma simples comparação, sem fazer juízo de valor sobre a acção em si. Nada mais que isso.

A CIA?!
Bom...sempre lhe digo que ontem, na televisão, apercebi-me que alguns documentos até hoje secretos terão sido tornados «públicos».
As primeiras revelações não me trouxeram surpresa alguma.

Tendo em conta o que aqui vem defendendo não fiquei surpreendido com a sua posição face ao «colonialismo» mas não resisto a uma «pequena provocação», (até que por estes dias faz 32 anos que o Império Colonial português se desmoronava da forma que todos conhecemos:

Admitindo que o António Lugano viveu os tempos do 25 do 4, pergunto-lhe se, na altura, tinha sobre esta matéria a mesma posição que tem hoje?


-/-

Recuperando aqui o que se discutia num post anterior sempre lhe digo que constato o seguinte:

1 - Todos os sistemas políticos são «totalitários».
(Está na própria natureza da noção de «sistema político»)

2 - Não sou um «crente» na Democracia ou em qualquer outro. sistema. (tenho poucas ilusões)

3 - O decorrer da História mostra-nos que, todos os sistemas de governo tendem (mais cedo ou mais tarde e mesmo que involuntáriamente) a alguma forma de «Oligarquia». É quase que «inevitável».

As Leis da Natureza (e a Natureza Humana) têm muita força.
Perdoe-me o pessimismo quase «nihilista»-

Cumprimentos

António Lugano disse...

ao "gauleiter de chelas"

Confesso que não me apercebi da finalidade irónica do seu texto…

Quanto à CIA (e às centenas de organizações, associações, ONG's… que regimenta) não será por mero acaso que alguns a denominam "o braço executivo do Bilderberg".

Em 1974 (era eu um jovem de 31 anos) cedo me apercebi, talvez pela vivência política junto do GRECE, por onde iam os "tiros" dos democratas, mais ou menos marxistas, e onde nos levaria a "vaga de fundo" composta por uma população politicamente inocente e ignorante dos propósitos do "sistema", aliás já na época claramente enunciados pelos srs. Henry Kissinger e Zbigniew Brzezinski.

No que respeita à sua reflexão filosófica-política permita-me comentar três aspectos:
1. Não creio que o "sistema politico" seja "por natureza" totalitário, mas sim "ordenador", podendo esse objectivo ser "mais ou menos normalizador".
Nas comunidades da Antiguidade (como bem observou Mircea Eliade) a "normalização" somente incidia em dois aspectos : na sacralidade do ritual e na preservação da unidade etno-cultural. É na passagem da comunidade a sociedade (e correspondente amálgama de povos) que o "sistema politico" alarga o seu conceito de normalização, passando os seus actos, de "governar" a "dirigir".
Tenhamos presente que esse "alargamento" de comunidade em sociedade surge como imperativo iminentemente comercial (negócios), transformando a noção de economia em objectivo crematístico. A "riqueza" torna-se fundamento do "poder" e este instala-se de forma cada vez mais coerciva.
O "regime democrático" aparece como "forma normalizadora", utilizando a demagogia como propósito falacioso de fazer crer aos povos que são eles os dirigentes do seu próprio destino.
(ler em http//:hesperialeuropa.blogspot.com o titulo "Sistema Oligárquico e Regime Democrático")

2. O facto de que um "sistema politico" seja dirigido de forma grupal (o que me parece invitável) não significa, como no caso de certas "aristocracias" gregas e até na "república" romana, a constituição de oligarquias, no sentido de "grupos profissionalizados" que detêm o poder de forma intolerante e inamovible (como sucede na actualidade).

3. Quanto ao "nihilismo", como desencanto perante a descoberta da natureza essencialmente imperfeita do ser-humano, longe de "tragar o Homem", é através da sua exigência de revolta que pode provocar a acção. O Homem revoltado é actor numa tragédia (no sentido grego), enquanto o revolucionário é um espectador insatisfeito da mesma.
Diz Albert Camus, in "Homem revoltado" que o nihilismo é uma experiência de absurdo !
Será, talvez, pelo absurdo, que o Homem revoltado desenvolverá o seu "poder de potência".

Cumprimentos

António Lugano disse...

ao "gauleiter de chelas"

Relativamente ao meu anterior "post", permita-me uma correcção e um esclarecimento.

correcção
no ponto 2.
onde está "inamovible"
deve ler-se "inamovível"

esclarecimento
no ponto 3.
refiro "Homem revoltado"
no sentido de "Homem rebelde".

Cumprimentos

Anónimo disse...

"Não sou tão pessimista mas... antes morto que confinado numa reserva!"

Não creio que estava a ser pessimista. Estava apenas a ser realista.
Acha mesmo que ainda é possivel que os povos europeus continuem a existir no futuro?
Acha que é possivel que os povos europeus continuem a ser como são hoje em dia, ou seja 0% de genes sub-sarianos?
Acha possivel que nós Galaicos, continuemos a ser Galaicos no futuro, tal a imigração que levamos nesta ultima geraçao de lusitanos, outros europeus e não europeus?

Enfim, o futuro é negro. Seria preciso rapidamente um grande movimento com muito dinheiro para que a mentalidade dos europeus mudasse e aceitassem a preservação dos seus povos. Como isso é impossivel de acontecer, só nos resta mesmo as reservas, acredite.

ivan paulo disse...

parece antipático dizer algo meio óbvio, que é o "direito" da Força .Sempre o mais forte acaba vencendo e não podemos esquecer que os índios foram duramente punidos após Litle Big Horne e que o próprio Touro Sentado acabou seus dias como uma espécie de atração cirsense.

Anónimo disse...

El 20 D....¿El otro 11- M?