terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Contra-Afirmações





O Império contra-ataca


Quando o senhor Almeida Santos alça a sua voz de "Gracchi" tenho sempre a esperança (sou um irredutível optimista) que nos venha revelar como se fez milionário com a "independência" de Moçambique.
Porém, uma vez mais, o assunto ventilado pelo inclito democrata foi de outro teor.
Colocando o avental e esgrimindo o compasso, investiu contra o heterodoxo presidente regional João Jardim !
Enfim, a verborreia habitual dos "filhos da viúva" quando pretendem demonizar alguém… e depois de ter ido ler o recado ao senhor presidente desta república, já está este a receber as organizações partidárias e a marcar reunião com o Conselho de Estado.
O Grande Arquitecto vigia… e o Bilderberg também !
Ter-se-á esquecido João Jardim das regras que disse aceitar há trinta anos, ou ganhou coragem para sair do "casúlo" ?

Qualquer que seja a "receita" que o Terreiro do Paço vai decretar, J. J. sairá sempre vencedor se continua a apostar na desconcentração do poder politico, uma corrente manifestamente popular em diversas regiões do País.

Ou será que D. Quichote Silva e Sancho Soares vão atacar, na falta de moinhos, os engenhos de açúcar da Madeira ?
Quem sabe se esses engenhos não são gigantes, monstros de um nacionalismo camuflado que pode tomar forma ?
Caberá ao fiel pseudo-engenheiro Sousa o papel de Rocinante, ou ficará para a história como Dulcinea ?
Se fosse nos Açores já tinhamos o Barroso… um "habitué" no estender de tapetes…

Ficaremos atentos a exercicios militares de desembarque nas Berlengas… ou à requisição militar de cacilheiros e barcos rabelo.
Será sinal que o Império contra-ataca !

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Colóquio



Tradição e Cultura

O Grupo de Jovens pela Tradição e Cultura está a organizar um colóquio com o tema "Interior - Rumos e Destinos", com o apoio da Juventude Nacionalista.
Este Colóquio realiza-se no próximo dia 3 de Março, às 11 horas, no auditório do IPJ da cidade da Guarda, e irá contar com a participação do Presidente do Partido Nacional Renovador, José Pinto Coelho, do Escritor Bruno Oliveira Santos e do co-editor da Revista Justiça & Liberdade - Paulo Peixoto.

publicado por Novopress

Informação Alternativa


O portal informativo NOVOPRESS PORTUGAL surge renovado e revitalizado.

O Novopress português dispõe de um endereço de correio electrónico através do qual os leitores podem entrar em contacto com a equipa que gere este espaço.
Assim, todos os que desejem colaborar com o Novopress, seja enviando notícias, artigos de opinião, sugestões, dúvidas ou críticas, deverão fazê-lo utilizando o endereço

Apenas com a participação de todos se poderá fazer da edição portuguesa do Novopress um verdadeiro sítio de referência.
Colaborem !

Europa e Nacionalismo




O PNR
na Convenção
do Front National

Nos dias 24 e 25 de Fevereiro, decorrerá em França, na cidade de Lille, a Convenção da Frente Nacional francesa, para a preparação das eleições Presidenciais de Abril às quais, de novo, Jean-Marie Le Pen é forte candidato a uma segunda volta.
O PNR estará presente no evento, entre outras delegações estrangeiras, a convite dos Camaradas do Front National, estando representado pelo seu Presidente, José Pinto-Coelho e pelo seu Vice-Presidente e responsável das Relações Externas, Pedro Frade.
O PNR aproveita esta nova deslocação, para reforçar mais ainda os laços de amizade entre os dois partidos congéneres, bem como para a aproximação com outros partidos nacionalistas europeus presentes no evento.

http://www.pnr.pt/

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Afirmações...



O socialismo do Terreiro do Paço
"sentido" desde a Madeira !

Numa entrevista ao semanário "Expresso" (24.02.07), João Jardim, presidente do Governo Regional da Madeira chama "tigre de papel" ao primeiro-ministro, denominando-o de "… senhor Pinto de Sousa conhecido por engenheiro Sócrates".

"Acho chato isto de um gajo fazer promessas e depois não as cumprir", justifica, ameaçando levar para fora das fronteiras as "patifarias do Estado Central"

"Em qualquer país normal em que o primeiro-ministro tivesse mentido aos portugueses como mentiu aqui, estava no olho da rua.
Veja como em situação semelhante, ocorrida na Hungria, o sarilho que tem sido só pelo primeiro-ministro ter admitido que também mentiu aos húngaros".

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Cantinho da História





23 F
de 1981



Após a morte do general Francisco Franco (20/11/1975) inicia-se em Espanha um periodo de destruição das principais estruturas do antigo regime, periodo que se considera completado nas eleições de 28 de Outubro de 1982, com a chegada ao poder dos socialistas do PSOE chefiados por Felipe Gonzalez, mação e advogado sindicalista.

Esse periodo, denominado "Transição" ("Transición"), é politicamente dirigido pela UCD ("Unión del Centro Democratico") um conglomerado de personalidades políticas que, após ter conseguido uma maioria relativa (34.44%) nas eleições legislativas de 15 de Junho de 1977, elege Adolfo Suárez como presidente do governo e, a 4 de Agosto, transforma-se em partido político.
Dos sete políticos que redactam a Constituição de 1978, três são membros da UCD !

Mas, se a nivel económico e politico a "Transição" vai impondo o "politicamente correcto", acenando a uns com a possibilidade de fabulosos negócios e a outros com a participação numa oligarquia prenhe de benesses, a nivel militar a situação é bem diferente.
Um dos sintomas do mal-estar dos militares revela-se em Abril de 1977, quando a UCD legaliza o PCE (Partido Comunista de Espanha), para lhe permitir participar nas eleições de Junho.
O ministro da Marinha demite e o Conselho Superior do Exército emite um comunicado no qual manifesta a sua desconformidade com a citada legalização, embora a aceite.

Porém, com o agravamento da situação económica, as dificuldades em articular uma nova organização territorial (Autonomias) e as acções terroristas da ETA, gera-se uma tensão permanente em que a probabilidade de intervenção militar é quase um dado adquirido.

Abrimos aqui um parêntesis para perspectivar a situação desde um ângulo não somente cronológico, mas também geoestratégico.
Com efeito, numa época em que se desmantelava o Ultramar português e as quadrilhas políticas entregavam o pais às multinacionais, é em 1977 que Mário Soares concede a entrada no mercado portugués à "Coca-Cola" (o "Tal Qual" em 1981 falava de… 300 milhões de dólares "na carica"), a CIA, grande interventora no golpe de palácio de 25/04/74, e já envolvida no assassinato em Madrid do almirante Carrero Blanco (cometimento que a ETA revendicou !!!), preparava a "eliminação política" dos militares espanhóis que podiam interferir no processo de "normalização" peninsular.

O "Plano de Normalização" entra em acção em 29 de Janeiro de 1981 com a intervenção televisiva do presidente Adolfo Suarez que apresenta a sua demissão.

A segunda fase, em gestão desde há vários anos, fundamenta-se numa armadilha lançada contra os militares nacionalistas.
Os colaboradores da CIA, infiltrados no seio das Forças Armadas espanholas, assim como toda uma panóplia de "idiotas utéis" (a mesma espécie colaboradora no processo portugués), convencem os nacionalistas de que um "golpe militar" teria o apoio da maioria dos militares, do povo espanhol e… do próprio rei Juan Carlos !

No dia 23 de Fevereiro de 1981, às seis da tarde, começa no Congresso dos Deputados a votação para, em substituição de Adolfo Suarez, investir Leopoldo Calvo-Sotelo como Presidente do Governo.
Um pouco antes das seis e meia, um grupo, fardado e armado, de 16 oficiais e 176 sargentos e guardas da "Guardia Civil", chefiados pelo tenente coronel Antonio Tejero Molina irrompem no hemiciclo e ordenam que todos esperem sentados a chegada iminente de um militar de elevada graduação… que na realidade nunca se apresentou, depreendendo-se, mais tarde, que Tejero havia sido enganado !

O ministro da Defesa, general Gutiérrez Mellado, presente na votação, tentou protestar mas, foi rapidamente calado e uns disparos de metralhadora para o tecto transformaram "suas senhorias" em assustados e passivos espectadores, refugiados debaixo dos assentos regulamentares…

Pouco depois, subleva-se em Valencia a III Região Militar, chefiada pelo capitão general Jaime Milans del Bosch, que coloca os carros de combate na rua e decreta o "estado de excepção" !

Às nove da noite, um comunicado do Ministério do Interior informa da constituição de um governo provisiório presidido por Francisco Laína, que asseguraria o governo do Estado em contacto directo com a Junta de Chefes do Estado Maior das Forças Armadas.

Porém, inicia-se 2ª fase do "plano", há muito estabelecido e que somente aguardava o momento oportuno !

O general Torres Rojas, prepara-se para utilizar a Divisão Blindada (División Acorazada) "Brunete", aquartelada cerca de Madrid, para ocupar pontos estratégicos da capital, entre os quais a Rádio e a Televisão (que deveria difundir um comunicado) mas, é feito prisioneiro pelo general Juste, comandante da Divisão, perfeitamente ao corrente dos planos do "golpe militar" !


Os meios de comunicação, principalmente a rádio e a televisão, intoxicam a opinião pública com os mais terriveis presságios se o "golpe militar" vencesse ! E o povo espanhol, decididamente, não queria voltar ao franquismo…

Em seguida, cerca da 1 hora da madrugado, vestido com o uniforme de Capitão General dos Exércitos, o rei Juan Carlos dá a machadada final nos propósitos dos militares nacionalistas negando-se a apoia-los !

Milans del Bosch, isolado, cancela o plano estabelecido e, cerca das 5 da manhã, é feito prisioneiro.
O tenente-coronel Tejero abandona o Congresso dos Deputados ao meio-dia de 24 de Fevereiro e é feito prisioneiro.

O caminho estava livre para uma massiva onda de demissões e exonerações de militares nacionalistas.
O golpe da CIA é perfeito… como em Portugal !

Agora, 26 anos depois, façamos um pouco a História deste "maquiavélico" plano da Nova Ordem para, depois de Portugal, juntar também a Espanha ao rebanho do "politicamente correcto" :

1.
Ronald E. Estes, chefe da delegação da CIA em Espanha, mantinha uma "relação fluida" com o coronel José Luis Cortina oficial do CESID (Centro Superior de Información para la Defensa), chefe da AOME (Agrupación de Operaciones y Medios Especiales) que coordenou todo o processo de imfiltração nos meios nacionalistas militares.
O agente norteamericano possuia uma vasta experiência em assuntos europeus e tinha estado em funções em locais de conflito como Chipre, Praga, Beirute e Atenas. Na capital grega tinha permanecido nos dois anos prévios ao "golpe de Estado" dos generais, em 1976 e foi um auxiliar directo do senhor Carlucci na embaixada de Lisboa.
O coronel Cortina e o agente Ronald E. Estes efectuaram, no Hotel Eurobuilding, em Madrid, várias reuniões de intercambio de informações nas semanas que precederam o "golpe" dos militares espanhóis".

2.
As bases norte-americanas de Torrejón, Rota, Morón e Zaragoza foram colocadas em estado de alerta na quinta-feira 19 de Fevereiro.
Anteriormente, os barcos da VI Esquadra, no Mediterráneo, foram estratégicamente colocados ao longo da costa espanhola.
Quando, na tarde de 23 de Fevereiro, o general Milans del Bosche fez sair os carros blindados para as ruas de Valencia, aviões especializados na guerra electrónica do 86º Esquadrão de Comunicações da US Air Force estacionados na base de Ramstein (Alemanha), sobrevoaram o centro e o sul da Peninsula interceptando as transmissões via rádio, realizadas entre as diferentes unidades das Forças Armadas espanholas e os seus centros de comando (tal como no 25 de Abril em Portugal).

Se fossem necessárias mais provas sobre o controlo americano do "golpe", bastaria recorrer ao relato do coronel do CESID, Juan Alberto Perote, que trabalhou na "Área 3", dedicada à "contrainteligencia para los países del Este", desde um edificio sito na rua Menéndez Pelayo em Madrid :
"Mi mayor descubrimiento mientras trabajé en Contrainteligencia - relata Perote - fue saber que aunque oficialmente dependíamos del CESID, nuestro patrón era la CIA."

Assim se manipulou o 23 F em Espanha, e de forma idêntica o 25 A em Portugal !

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Servidão Voluntária






No limiar
do
insuportável


Até quando ?


Hoje mesmo (20.02.2007) publicou o Publico uma série de dados sobre a situação económica e social deste "jardim à beira-mar plantado" !

Portugal é um dos países da União Europeia (UE) onde o risco de pobreza é mais elevado, sobretudo entre as pessoas que trabalham… tem o pior resultado da UE no indicador dos trabalhadores pobres, o que significa que o salário não protege contra a precariedade !

-> 14 por cento dos portugueses, com emprego, vivem abaixo do limiar de pobreza, contra 8 por cento no conjunto dos Vinte e Sete.

Para a Comissão, o risco de pobreza é agravado com o aumento do desemprego - que subiu em Portugal de 4 por cento da população activa 7,6 por cento.

Impactante é igualmente a elevada taxa de abandono escolar e o baixo nível de escolaridade dos jovens, dois indicadores em que Portugal está "muito abaixo da média da UE".

… o envelhecimento da população é mais rápido em Portugal que em muitos outros Estados e os custos com a saúde são dos mais elevados…

Por outro lado, e para completar o que o regime do 25 de Abril fez deste país, o senhor José Silva Peneda (eurodeputado), antigo ministro do actual presidente Cavaco Silva, publicou no JN de ontem (19/02/2007) um comentário sobre a situação económica do Norte.

Entre outras coisas, diz o senhor Silva Peneda :

“Os últimos dados acabados de publicar pelo INE são claros.
O Norte é a região onde a economia menos cresce e onde o desemprego mais aumenta. No final do ano passado, o Norte atingiu o valor mais alto de que há memória da taxa de desemprego, 9,7% …
(…)
Em primeiro lugar, há que reconhecer que o Norte não está em condições de competir.
(…)
O problema é, assim, de saber se o objectivo é voltar a tornar o Norte competitivo ou, como alternativa, deixar andar.
A questão é, por isso, política.
Estou convencido de que se o Norte tivesse meios para poder resolver e decidir coisas que Lisboa não tem tempo, sequer para perceber, tudo seria diferente.
Hoje, já não acredito que Lisboa, qualquer que seja o Governo, possa apresentar soluções para um problema
(…)
Basta ver os grandes investimentos públicos listados na página 102 do QREN, a submeter a Bruxelas até 2013, que totalizam um investimento de mais de 13 mil milhões de euros.

Ao Norte apenas caberá 4,6% desse montante, ou seja, cerca de 600 milhões euros, que serão distribuídos por três projectos IP4 Vila Real-Quintanilha, plataforma logística de Leixões e IC 35 - Penafiel Entre-os-Rios!
São estes e só estes os três grandes projectos a realizar no Norte do país nos próximos sete anos.

A grande fatia vai, claro, para o aeroporto da OTA e para o TGV!
Só estes dois vão absorver 87,6% dos investimentos previstos para os grandes planos nos próximos sete anos!
--

É dificil comentar os números revelados por Silva Peneda… invade-nos a cólera por semelhante desfaçatez de um bando de desprezíveis que campeia lá para os lados do Terreiro do Paço, o mesmo Terreiro onde certo dia de Dezembro um João de Bragança defenestrou um lacaio do regime de então !
Mas, o povo, entre um jogo de futebol e uma telenovela, e tal como lhe sugere o abade da freguesia, lá vai dando a face a quem o esbofeteia.

Até quando ?

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Reflexão poética





Restolho


Geme o restolho, triste e solitário
a embalar a noite escura e fria
e a perder-se no olhar da ventania
que canta ao tom do velho campanário

Geme o restolho, preso de saudade
esquecido, enlouquecido, dominado
escondido entre as sombras do montado
sem forças e sem côr e sem vontade

Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda

Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para a prender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
pra receber daquilo que aumenta o coração

Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda

Mas é preciso morrer e nascer de novo.....

Mafalda Veiga
in "Pássaros do Sul" - 1987

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Reflexão....




I
Ó emigrante, emigrante
Mas que palavra tão triste
Começas-te a tua dor
No dia em que partiste
(…)
Belarmino Duarte Batista
Set.1975 / Vancouver-Canadá


O Êxodo continua

Nos últimos três anos, o concelho de Marco de Canaveses viu partir, para Espanha, perto de oito mil trabalhadores da construção civil, com idades entre os 30 e os 45 anos, ou seja, mais de metade da população activa masculina.

De acordo com o Sindicato da Construção do Norte, que possui 35 mil associados, é a força de trabalho oriunda dos concelhos do distrito do Porto que garante, neste momento, a execução de uma série de obras em Espanha.
Albano Ribeiro acrescenta que, nestes três anos, Gaia terá visto partir 5500 trabalhadores da construção civil, Matosinhos ficou sem 4600, Paredes perdeu mais de 4000 e Penafiel 3500.
Quantos aos trabalhadores que diariamente deixam o Minho em direcção à Galiza, Albano Ribeiro prefere nem falar : "São aos milhares".

É de certa forma compreensível que exista um êxodo na região mais pobre da Europa Ocidental, ainda por cima quando estamos tão próximos dum pais muito mais rico como é a Espanha, o que já não é normal é que a nossa população, que é “forçada” a emigrar à séculos, vote e continue a preferir a manutenção do modelo ultra-centralista do estado português.
Se não existisse a mobilidade e até a protecção social que existe na União Europeia certamente que a população da Calécia teria que acordar para a vida, mas na situação actual a solução mais "fácil" é receber subsídios ou emigrar.
Até quando?

Resumo do publicado em http://legiaoinvicta.blogspot.com
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Mais 20 mil emigrantes na Suíça

Cerca de 20 mil portugueses foram trabalhar temporariamente para a Suíça em 2006, número que este ano deverá subir,

publicado in www.diariodetrasosmontes.com
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Nos anos 60 do século pasado a emigração portuguesa denominava-se "Salto".
Portugal era pobre, o regime era "fascista"… o povo tinha que sair para o estrangeiro !

E agora ?

Agora, Portugal é o pais mais pobre da Europa !
Os portugueses emigram… já são cerca de 5 milhões, para uma população residente de um pouco mais de 10 milhões !
E como os srs empresários querem mão de obra barata… continuam a chegar os pobres e analfabetos africanos, a patifaria brasileira e as bandas romenas.

Que fez deste pais a oligarquia democrática ?

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Cantinho da História


13 de Fevereiro de 1945

Assim foi Dresden "libertada"

Com a Alemanha praticamente derrotada, a menos de três meses do final da guerra, ocupada pelos "exércitos aliados", as forças militares da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos decidiram, por decisão politica dos respectivos governos (ou de quem os controlava), um acto de vingança biblica (1) !
E essa vingança vai cair sobre a cidade de Dresden, capital do "lander" da Saxónia, uma cidade de 700.000 habitantes, reconhecida pelos próprios "aliados" como "zona desmilitarizada", e com uma população acrescida de mais de 500.000 refugiados que pretendiam evitar ser "libertadas" pelo exército soviético que se encontrava a cerca de 25 quilómetros da cidade.

Dresden, assente nas duas margens do rio Elba, considerada das mais belas cidades da Europa, uma jóia da arquitectura barroca conhecida como a "Florença do Elba", vai sofrer na noite de 13 para 14 de Fevereiro de 1945 um bárbaro ataque executado em três vagas por cerca de um milhar de bombardeiros que lançam mais de 700.000 bombas, cerca de 10.000 toneladas de explosivos…

Não visando complexos militares ou industriais, inexistentes na cidade, as bombas lançadas eram essencialmente anti-pessoal : de fragmentação, incendiárias e, pela primeira vez na guerra, de fósforo branco que, num raio de 150 metros, queimava os corpos até aos ossos.
Para maior eficiência, aviões mais ligeiros metrallhavam as pessoas que procuravam abandonar a cidade, convertida num imenso braseiro.

Cerca de 300.000 mil mortos (2), mais que Hiroshima e Nagasaki reunidos, dos quais somente cerca de 25.000 poderam ser identificados !

No dia 15 de Fevereiro de 1945, um imenso campo de morte e ruinas era o que restava de Dresden, destruida a mais de 60%…
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(1) livro de Ezekhiel 25:17
"e exercerei sobre eles grandes vinganças, castigando-os ferozmente, e eles saberão que eu sou o Eterno quando lhes fizer sentir a minha vingança".
(2) 250.000, segundo o dicionário Le Robert (ed. de 1980)


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13 Fevereiro de 1912

China : o fim do Império
Abdica Puyi, o último soberano da dinastia Qing, que governa a China desde 1664.
Termina o multi-secular regime Imperial e instaura-se a República dirigida por Sun Yat-sen, que já dirigia um governo rebelde com capital em Nankin.

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13 Fevereiro de 1668

Portugal recupera formalmente a Independência
Filipe IV de Espanha (III de Portugal) dá por finalizada a guerra que opõe a Espanha a Portugal e reconhece a independência deste reino que, após ter sido anexado em 1580, luta abertamente pela sua independência desde o "golpe de palácio" de D. João IV, em 1 de Dezembro de 1640.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

O referendo do 11 de Fevereiro




Um Estado ! Duas Nações ?


Uma vez mais, os fundamentos culturais que estruturam o Estado Português manifestam a sua bipolaridade.


1.
De Aveiro, Viseu e Guarda (incluidos) até à fronteira com a Galiza, em todos os distritos (excepto Porto), venceu o "Não"

2.
No distrito do Porto o "Não" venceu em 11 dos 18 concelhos.

3.
No distrito de Lisboa o "Sim" venceu em todos os concelhos.

4.
Em Braga, 3ª maior cidade, o "Não" venceu com 58,80% dos votos

5.
Em Beja venceu o "Sim" com 83,90% dos votos, em Setúbal com 81,99% em Portalegre com 74,45% e em Faro com 73,64%.

6.
Em Vila Real venceu o "Não" com 61,89% dos votos, em Viseu com 61,49%, em Viana do Castelo com 59,59% e em Bragança com 59,00%.

Este é o país real… Um pais culturalmente dividido !
Cremos que é chegado o bom momento para uma profunda reflexão sobre o formato que deve tomar o projecto nacionalista.
Não estaremos a denegar uma consciência regional em prol de uma fraseologia holistica que não tem o impacto desejado ?

O debate está aberto !
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nota: os resultados foram recolhidos em www.referendo.mj.pt

domingo, 11 de fevereiro de 2007

História e... histórias


Da História
às versões dos acontecimentos

A curiosidade pode não ser interpretada como "uma concupiscência", tal como referia Blaise Pascal, mas sim como uma sensibilidade orientada a compreender. Pode ser suposta como um vicio moral, como referiram Alighieri Dante e Francesco Petrarca, mas pode ser considerada como um impulso decisivo que abre a via do conhecimento racional, como defendiam Galileo Galilei, Giordano Bruno e Francis Bacon.

Tratemos pois a curiosidade como uma capacidade de formular dúvidas, um meio para buscar a possivel tranquilidade, a necessária "eudaimonia" que resulta da supressão de uma suspensão de parecer (dúvida).

"A curiosidade, filha da ignorância, é mãe da ciência",
Giambattista Vico, in "Scienza nuova" (1725).

Vico foi um filósofo precursor da Filosofia da História, uma aplicação da Filosofia cuja finalidade é reflectir, ponderar, sobre o sentido e a finalidade do devir histórico.
No âmbito desta perspectiva, uns negam toda a ideia de finalidade afirmando que a História é fruto do acaso e do imprevisto, enquanto outros afirmam o contrário insistindo na sua característica teleológica.
Uma terceira via, considera um absurdo incluir a História num "absoluto imprevisto", assim como o de a considerar uma "função determinista".

Cremos dever considerar que, tal como na Biologia, a História coloca-nos perante um processo de "acaso e necessidade" mas, diferentemente da Biologia, o "acaso" pode sofrer, circunstancialmente, influencias "determinantes" introduzidas por actividade humana consciente.

Considerando que o propósito da ciência é de subordinar os factos a principios ou de os deduzir destes, Arthur Schopenhauer negava não só a cientificidade da História, mas igualmente o principio de um "devir" (determinante) histórico.

"A divisa da História deveria ser "Eadem, sed aliter", ou seja, "as mesmas coisas, mas de outra maneira".
Schopenhauer in "O mundo como vontade e como representação", suplemento ao livro III, capitulo XXXVIII.

O género histórico pretende definir-se pela sua finalidade, o relato de acontecimentos passados. Mas… há relatos e relatos.

Juntamente com a História existe a lenda, como narração criadora de heróis a partir do homem histórico, o conto, como narração breve e ficticia, e o mito, evocador de mistérios originais e de poderes da natureza, descritos numa linguagem imaginada e simbólica.
O conto, a lenda e o mito têm uma função de ensino. A História também !
No entanto, o que faz a especificidade da História é que ela pretende cingir-se aos factos, citar os acontecimentos humanos.

Heródoto de Halicarnasso (484-425 EP), um dos primeiros historiadores gregos, justificava a sua acção "para impedir que os actos cometidos pelos homens fossem apagados pelo tempo".

O vocábulo grego "istoria" significava inquérito, não relato ou narração, e é somente a partir da Idade Média, periodo de exaltação e fervor em transmitir "verdades", que se transformou em "interpretação" tendenciosa, ideológica e catequética.
A vocação primária da História em construir uma memória inalterável e de garantir una perenidade ao passado, foi sendo escolasticamente transmutada em funções de catecismo, orientando-se à (de)formação das mentes, e predestinando-se como função manipuladora.

A História ressente hoje dificuldades em não ser mais que uma "interpretação" de acontecimentos conhecidos, e de uma "representação ideológica" de encadeamentos mais ou menos forjados para constituir um conjunto minimamente coerente.

Analizemos, e.g., a batalha de Waterloo (18 de Junho de 1815). Tudo é confusão histórica neste acontecimento !
Denomina-se "batalha de Waterloo" por imposição dos vencedores, ingleses, pois essa batalha não se realizou no sitio de Waterloo, mas sim no sopé do "Mont-Saint-Jean", e por esse nome é conhecida pelos franceses ; os alemães designam-na como batalha da "Belle-Alliance" (nome da propriedade rural que incluia o que foi o campo de luta).
Três denominações diferentes para uma mesma batalha mas, como é habitual na História "oficial", é a versão dos vencedores que se impõe.
Há uns anos atrás, uma emissão televisiva da BBC, cuja pretenção era explicar a "batalha de Waterloo", elogiava a eficiência dos ingleses e esquecia de citar as restantes tropas da Coligação, nem mesmo os prussianos a quem, segundo fontes militares, devem os ingleses a consolidação da vitória.
Mas, a confusão não fica por aqui, e a perplexidade vai em aumento quando constatamos que a versão de "magnífica vitória da capacidade militar", cantada pelos ingleses vencedores, é confrontada com testemunhos que não hesitam em acusar o marechal francês "Marquis de Grouchy" de indecente traição.

Na prisão-degredo da ilha de Santa Helena, Napoleão escreveu ;
"O marechal Grouchy, com 34 000 homens e 108 peças de artilharia, conseguiu o segredo de, na jornada do 18 de Junho, não ser visto no campo de batalha do "Mont-Saint-Jean" …
Em Julho de 1815 Grouchy refugia-se nos Estados Unidos, onde residirá nos cinco anos seguintes.

Waterloo não é caso único e, da revolução francesa de 1789 à "invasão" árabe do século VIII, da revolução bolchevique de 1918 à guerra de 1939/1945, das causas religiosas e políticas que dão origem a Portugal às revoltas de 1910 e 1974, o que nos contam são versões políticas que não correspondem à verdade.

"A História é escrita pelos vencedores"
Robert Brasillach (1909-1945) - escritor e jornalista francês

Politica, com "M" de Manipulação

Al Gore : apóstolo do Apocalipse

O ex-vice-presidente do governo do sr. Clinton (o da Monica Lewinsky e do saxofone) viaja pelo mundo avisando das catástrofes que nos vão cair em cima !
E tudo isto acompanhado de um vídeo-CD "mostrando" como ficariam devastadas cidades como New York, Calcuta ou Amsterdam quando, nos próximos anos, as águas do mar subirem 20 metros, apesar de que os especialistas do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) prevêm um aumento médio do nivel do mar em cerca de 0,6 metros !
O próprio IPCC adverte que nas zonas costeiras mais vulneráveis, principalmente no Golfo do México e no Mar das Caraíbas, as águas do mar poderiam subir cerca de 2 metros, acima do nivel de maré-alta !

Comentando a recente visita do "Clinton's boy" a Madrid, o jornalista Jorge Alcalde, de "Libertad Digital" escreve :
"Esta semana fiquem com ganas de entrevistar Al Gore. Mas, o "apóstolo da mudança climática" só teve tempo para responder a um meio de comunicação. (…).
Em fim, para que não fique perdido nas recordações, aquí deixo publicado quais seriam as minhas perguntas".

E em seguida inumera uma série de questões bem pertinentes, que nos explicam (por elas mesmo) a razão do sr. Gore ter preferido responder ao funcionário de turno do "canal 4", propriedade de Prisa (1).

Eis algumas das perguntas :
1.
O sr. Al Gore declarou que a "mudança climática" era "o maior problema da Humanidade".
Quais dos seguintes problemas ocuparia o segundo posto :
- as doenças infecciosas, como o sida, a diarreia e a malária, que matam a 15 milhões de pessoas cada ano.
- a falta de água potável, que afecta 1.000 milhões de habitantes deste planeta.
- o facto de que 800 milhões de pessoas careçam de educação básica.
2.
Segundo informaram investigadores do Washington Times, a empresa Enron poderia ter investido grandes quantidades de dinheiro no apoio à política ecologista de Clinton e de si mesmo. Com efeito, a ratificação do Protocolo de Kioto teria suposto um suculento negócio para Enron através da compra e venta de emissões de CO2 e na aposta por energias baseadas no gás natural. Em que situação se encontra a investigação do Washington Times ?
3.
Pode dizer-me que percentagem dos 500 milhões de dólares, dedicados pela Administração Clinton ao desenvolvimento de programas energéticos não militares, reverteu em aplicações reais sobre o terreno das energias alternativas?
É certo, como se denuncia nos Estados Unidos, que essa percentagem é zero ?
4.
Quanto dinheiro se investiu na lavagem de imagem das grandes empresas petroquímicas ?
5.
Atrasar seis (6) anos o efeito (suposto) da "mudança climática" sobre o planeta, custará aos países que assinaram o Protocolo de Kioto, 150 mil milhões de dólares.
Segundo a ONU, dotar de agua potável e sanidade básica aos que de isso necessitam, custaria 75 mil milhões de dólares.
Justamente… metade ! Que investimento lhe parece mais necessário ?
6.
Considera que, nas próximas edições do "grande apagão" contra a mudança climática, os cerca de 2 mil milhões de habitantes da Terra, que vivem ainda sem energia eléctica, deveriam apagar as velas, ou fechar os olhos, para salvar o planeta ?

E ainda mais algumas questões que gostariamos ver contestadas.
Mas, o sr Al Gore tinha pressa em chegar ao seu avião privado que o levaria, e ao seu séquito, a prosseguir a sua "desinteressada campanha" em prol, beneficio e gáudio de todos nós !

Não se pense que somos uns desinteressados e irresponsáveis egoístas sobre o tema da "mudança climática".
Somos conscientes da nossa vulnerabilidade… Ninguém escapa aos seus efeitos, aos periodos de glaciação e de aquecimento que são uma constante cíclica na vida do planeta Terra.
Mas, a encenação do "Clinton's boy" cheira que tresanda a negócio chorudo.

Alguém crê que
- a extracção e consumo de petróleo vai diminuir nos próximos anos ?
- a produção de motores de hidrogéneo vai ter subsidios governamentais ?
- o transporte ferroviário de passageiros e mercadorías vai ser promovido ?
- os efluentes das indústrias têxteis e curtumes vão passar a ter controlo ecológico ?
- se vai limitar o uso e abuso de cimentos e asfaltos que alteram os eco-sistemas de serras e montes ?
- o ruido nas cidades vai ser convenientemente tratado ?
- os meios utilizados na pesca industrial vão ser controlados ?
etc, etc…

Para afrontar o problema das emissões de dióxido de carbono (CO2), em Junho de 2006, dezoito prémios Nobel instaram os Governos a abordar o desenvolvimento da energia nuclear.
Entre esses Nobel encontra-se o mexicano Mario Molina, prémio Nobel de Química em 1995 pelo seu trabalho em química atmosférica e estudos sobre o ciclo de formação e decomposição do ozono.

Será o nuclear uma das soluções para atrasar o que inexoravelmente a Natureza nos vai propiciar ?
Durante decénios mostraram-nos o nuclear como sinónimo de bomba exterminadora exemplificada com Hiroshima e Nagasaqui !
A incompetência de um governo soviético fez de Kiev outro exemplo… uma "image d'Epinal" mas, "per contrario" !

O problema do nuclear, vencido que está o do efluente aquoso, centra-se nos resíduos radioctativos, problemática que nos dizem estar resolvida dentro de quinze a vinte anos !

E se, entretanto, pensássemos seriamente em diminuir o consumo energético ?
Em diminuir o consumo… todo o consumo ?
E se iniciássemos um processo inteligente de integração na Natureza, e não de adaptação da Natureza aos nossos desvairos energéticos ?
E se transformássemos o nosso objectivo societário de crematística usurária, em finalidade comunitária de vivência económica ?

Obviamente, esse não é o objectivo do "apóstolo do Apocalipse" !
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(1) PRISA - Promotora de Informaciones SA - um grupo de comunicação mediática dirigido pelo sr. Jesus de Polanco Gutiérrez (mação, segundo afirma Manuel Guerra, um teólogo especializado em seitas, no recente (2006) livro "A trama masónica", edições Styria) e o seu alter-ego, Juan Luis Cebrián.
Em Portugal possui 73,7% de Media Capital, pelo que controla :
- emissoras de rádio como Rádio Comercial, Cidade FM e Best Rock FM, que soman cerca de 30% da quota publicitária do mercado da rádio.
- canal de televisão (TVI)
- "Constância Editores" e as revistas Lux, Lux Woman, Maxmen, Casas de Portugal, Portuguese Wines Briefing, Poster e Recreio.
- adquiriu direitos para publicação de um diário gratuito em Lisboa (pago pela publicidade).

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Requiescat in Pace




Robert Brasillach

6 de Fevereiro de 1945




Robert Brasillach (1909-1945) escritor e jornalista francês, colaborador de "L'Action française", redactor chefe do semanário "Je suis partout".

Autor (lista não exaustiva) de "Présence de Virgile" (1931) ; "le Voleur d'étincelles" (1932) ; "Histoire du cinéma" (1935) ; "la Conquérante" (1943) ; "les Quatre Jeudis" (1944), e postumamente "Poèmes de Fresnes" (1950) ; "Anthologie de la poésie grecque" (1950) ; "Journal d'un homme occupé" (1955)

Em Setembro de 1944, procurado pela sua manifesta admiração pelo regime nacional-socialista alemão, acabou por se entregar à policia depois de que, como represália, prendessem a sua mãe !

Julgado a 19 de Janeiro de 1945, é condenado à morte após um procedimento de seis horas e uma deliberação que tardou vinte minutos…

Nos dias que se seguiram, uma petição de 55 intelectuais, entre os que se contavam Paul Valéry, Paul Claudel, François Mauriac, Daniel-Rops, Albert Camus, Marcel Aymé, Jean Paulhan, Roland Dorgelès, Jean Cocteau, Colette, Arthur Honegger, Maurice de Vlaminck, Jean Anouilh, Jean-Louis Barrault, Thierry Maulnier, etc., solicita clemência ao governo provisório do general De Gaule.

Denegada a indulgência, com a idade de 35 anos, a 6 de Fevereiro de 1945, Robert Brasillach é colocado perante os doze homens do pelotão de execução que lhe apontam as armas…
Brasillach recusa que lhe tapem os olhos e, no momento do disparo, grita : "Vive la France quand même."

Uma palavra de fim, tipica de Brasillach, deixando transparecer o seu gosto pela boa palavra, a sua arte de dizer o adequado no momento próprio.

Está inumado no cemitério de Charonne, no XXº bairro da capital francesa.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Cantinho da História


Vimara Peres
1º Conde de Portucale

Desde a segunda metade do século VI (antes da invasão muçulmana da Península), o burgo de "Portvcale Castrvm" (Porto) era já a sede da diocese Portucalense, província da Galaecia, tendo por metropolita o bispo de Braga.
Após a invasão, a diocese não sobreviveu, tendo sido apenas restaurada após a reconquista do burgo em 868.

Houve dois Condados de Portucale distintos :
- o primeiro, fundado por Vímara Peres após a presúria da cidade do Porto em 868 e incorporado no reino da Galiza em 1071, após a morte do conde Nuno Mendes, sendo sensivelmente equivalente ao território actual de Entre-Douro-e-Minho.
- o segundo oferecido em feudo ao conde Henri de Bourgogne, cerca de 1095, pelo rei Afonso VI de Leão e Castela.

Vímara Peres (Galiza, c. 820 – 873), senhor da guerra, vassalo de Afonso III, Rei das Astúrias, foi enviado retomar o vale do Douro das mãos dos mouros, já que se afigurava uma linha de defesa fundamental para o seu reino.

Vímara Peres fundou um pequeno burgo fortificado nas proximidades de Braga, Vimaranis (derivado do seu próprio nome, e que por evolução fonética se tornou Guimarães), sendo o principal centro governativo do condado Portucalense aquando da chegada de Henri de Bourgogne, onde viria a falecer, em 873.
O seu filho, Lucídio Vimaranes (etimologicamente, "filho de Vímara"), sucedeu-lhe à frente dos destinos do condado, instituindo-se assim uma dinastia condal que governaria a região até 1071.

A construção do inicial "Castelo de S. Mamede" remonta ao tempo da condesa Mumadona Dias, neta e sucessora de Vímara Peres, que o mandou edificar no século X, com o objectivo de defender dos ataques muçulmanos e normandos o mosteiro que tinha fundado para se recolher quando enviuvou.
Mais de um século depois, o conde Henri de Bourgogne, a quem havia sido doado o Condado Portucalense, escolhe Vimaranis para estabelecer a sua corte, tendo pesado na sua decisão a segurança que oferecia o Castelo de S. Mamede.

Senhores do 1º Condado de Portucale
Vímara Peres (c. 868-873)
Lucídio Vimaranes (873-?)
Onega Lucides ( ?-antes de 924)
Mumadona Dias (c. de 926)
Gonçalo Mendes (c. 950-999)
Mendo Gonçalves (999-1008)
Alvito Nunes (1008-1015)
Ilduara Mendes (1017-1028)
Mendo Nunes (1028-1050)
Nuno Mendes (1050-1071)

Em 1070 Nuno Mendes revolta-se contra Garcia II da Galiza e reclama a independência e o titulo de Rei de Portucale, mas um ano depois é derrotado e morto na batalha de Pedroso, localidade situada a norte de Braga, entre a cidade e o rio Cávado.
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* retirado do "blog" Prometheus

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Leituras...




O paraiso marxista

Na Primavera de 1933 são desembarcadas cerca de cinco mil pessoas numa ilha perdida do rio Ob, na Sibéria Ocidental. A ilha é a de Nazino e destes cinco mil deportados, dois terços acabarão por perecer de fome, frio, doença, alguns vítimas de canibalismo.
Escassa percentagem do total de deportados nesse ano em toda a União Soviética, o destino trágico dos abandonados de Nazino interessou Nicolas Werth como exemplo da lógica do regime e dos seus objectivos de política geral. Considerado hoje um dos principais investigadores franceses do período soviético da história russa, o autor de L’Ile des Cannibales demonstra a fragilidade do regime, sentida a partir da liderança, a inadequação das suas políticas, os erros derivados dos «entusiasmos» de dirigentes locais e forças de segurança, o irrealismo das opções feitas no Kremlin, a obsessão com a consolidação do poder e o controlo da realidade social.

As páginas desta obra de Werth (um dos co-autores de Le Livre Noir du Communisme) concentram-se num dos períodos decisivos de confirmação do regime soviético, que acelera nesta época – início dos anos 30 – a erradicação dos camponeses proprietários, ao mesmo tempo que principia a limpeza política e social dos grandes centros urbanos destinados a transformarem-se «em montras do socialismo», como referem os textos oficiais. Processos que vão culminar numa repressão arbitrária e cega, assente numa lógica de desumanização que transformou anónimos russos em opositores políticos – reais ou imaginados – e, de seguida, em bandos armados combatendo para sobreviver, ainda que ingloriamente.

O palco destes combates vai ser a Sibéria, o extremo oriental da URSS, para onde são deportados em massa todos aqueles que o regime define como «elementos sem classe e socialmente indesejáveis». Forçados a organizar-se em grupos de guerrilha, conseguem por vezes resistir anos a fio, saqueando unidades agrícolas e enfrentando as forças da ordem soviética na região.
(…)

Incapaz de gerar os consensos suficientes para prosseguir a mudança social, o partido comunista vai impor as suas regras através de medidas repressivas e de acções punitivas, humilhando e criminalizando, primeiro, e descivilizacionando depois, grupos sociais inteiros.

(…)
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resumo do artigo de Abel Morais
foto e publicação "Alameda Digital"
http://www.alamedadigital.com.pt
Ano I - Nº 5, Janeiro de 2007

baseado na obra de
Nicolas Werth
L’Ile des Cannibales: 1933, "Une Déportation-abandon en Sibérie"
Ed. Perrin, 2006; 205 págs


sábado, 3 de fevereiro de 2007

Reflexão....


"O principio do século XXIe será a meia-noite, desesperante, de que nos falava Hölderlin. Mas, no mais escuro da noite, sabemos que pela manhã o Sol regressará, "Sol Invictus".
Depois do crepúsculo dos deuses : a aurora dos deuses.
Os nossos inimigos sempre acreditaram no Grande Crepúsculo, e as suas bandeiras ornam-se de símbolos de estrelas nocturnas. Sobre as nossas bandeiras, pelo contrário, está impressa a Grande Manhã, de raios arborescentes : a roda, a flor do Sol do meio-dia."

Guillaume Faye in "Mars et Héphaïstos: Le retour de l'historie"
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sobre G. Faye consultar : http://arqueofuturista.wordpress.com

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Imbolc



Imbolc é, cronológicamente, a 2ª grande festa celta, celebrada no mês de "Anagantios", segundo o calendário de Coligny (1) (principios de Fevereiro do actual calendário europeu), depois do Shamain (inicio do ano celta, nos principios do mês de Novembro) e antes da Beltain (principios de Maio) e da Lugnasad (principios de Agosto).

Festa dedicada à purificação, celebra o equinócio da Primavera, a "claridade", como sequência ao fim do "periodo obscuro" (Inverno).
Na Antiguidade, os solsticios e os equinócios não determinavam o principio das estações, como actualmente, mas o meio dessas estações, pelo que a Primavera principiava no inicio do que agora se designa como mês de Fevereiro.
Tomando como referência o dia 21, a Primavera iniciava-se a principios de Fevereiro e terminava a principios de Maio. Arbitrariamente, fixou-se o inicio da Primavera céltica a 1 de Fevereiro.

Imbolc significa literalmente "no leite" e determina (tradicionalmente) o periodo de lactação do gado (e.g., o nascimento dos cordeiros), significando assim o fim de um periodo obscuro e infértil (o Inverno). Despejava-se leite sobre a terra para encorajar a fertilidade desta !

Relacionava-se este periodo com o fogo como poder de fertilidade, meditação e conhecimento, e denominava-se o mesmo "Brigidh", ou "Bride" ou "Brigit" ("Lá Fhéile Bríde", em gaélico).
Certas representações celtas mostram"Brigidh" tocando a terra congelada, despertando-a para a vida e aumentando a luz do dia.

A designação de Brigit (ou Brigantia) deriva do proto-céltico "brigantija" ou "brigantis", que possui o sentido de "muito alto" ou "muito elevado". O vocábulo original é "Briga" (sitio alto, fortaleza) que, utilizado como prefixo origina numerosos topónimos tanto na Gaulia como na peninsula Ibérica.

O cristianismo, na sua constante actuação contra a cultura europeia (considerada demoniaca), atribui a " Brigidh" o nome de Brigida e, interpretando a noção de "fenómeno natural" como "coisa divina", atribuiu-lhe o titulo de santa, inventando (séc. V) toda uma biografia em que não falta um pai, rei "pagão" (2), e uma mãe, escrava cristã baptizada pelo evangelizador Patrick, posteriormente "santo" da Igreja.

A tradição celta, associando o priodo de Imbolc ao retorno do Sol, ao "fogo redemptor", acendiam inúmeros pequenos fogos para que a absorção da luz e do calor permitissem a purificação e a prosperidade.
Após "a noite mais longa" do ano (Yule), solsticio de Inverno (21 de Dezembro), o Sol renasce (25 de Dezembro (3)) e 40 dias depois festeja-se o inicio da Primavera (Imbolc).

Também aí entrou a Igreja, com a festa da Candelaria, a 2 de Fevereiro, ou seja, 40 dias depois do Natal de Cristo.
Fazem-se procissões rituais com velas e festaja-se a purificação de Maria e a apresentação de Cristo no templo de Jerusalém.
O evangelho de Lucas (II, 22) diz :
" … e quando foram cumpridos os dias para a purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentar ao Senhor".

Vejamos o que diz a Lei de Moisés sobre o tema em questão.
Não desmerecendo dos seus anfitriões assirios e babilónicos (durante o "Cativeiro da Babilónia"), que eram excelentes conhecedores de astronomia, os profetas do judaísmo, autores e influenciadores de grande parte da Tanakh (Antigo Testamento cristão), redigiram uma normativa, designada Lei de Moisés, que seguia os mesmos periodos astronómicos indiciados pelas mais diversas culturas, da babilónica à egipcia e da celta à grega.
Assim, segundo a Lei de Moisés (Levítico XII), uma mãe que dá à luz um rapaz deve ser considerada impura durante 7 dias e deve aguardar a purificação do sangue durante 33 dias. Se o recém nascido for rapariga, a mãe será impura durante 14 dias e apurificação deverá aguardar 66 dias !
Portanto, no caso do cristianismo, 7 + 33 = 40 dias... e as datas batem certo com o calendário tradicional, também utilizado pelos celtas !

A versão romana do Imbolc era a Lupercália, a 15 de Fevereiro, uns alegres festejos pastorais em honra de Lupercus, nome latino da divindade grega Pan, protector dos pastores e da floresta e anunciador de fertilidade.

O papa Gelásio Iº (de origem norte-africana) suprime a Lupercália e, em 472 decide cristianizar a festa como apresentação de Cristo ao Templo, uma tradição inequívocamente judaica, que é confirmada nos finais do século VIIº pelo papa Sergio I (originário da Siria) que, para comemorar a visita de Maria e do seu filho ao Templo (segundo o mito cristão), organiza uma procissão, desde o fórum até à basílica de Santa-Maria-Maior, com os seguidores portando uma vela na mão.
E daí vem a designação de Candelária : "festa candelarum" ou festa das "candelas" (velas, melhor dizendo "cirios").

Independentemente desta recuperação cristão do festejo céltico, o "Imbolc" continua a simbolizar para o "nacionalismo tradicionalista europeu" a anunciação da Primavera, o retorno da luz e a gestação das energias naturais.
É um periodo de purificação, de meditação num novo período e na elaboração de acções futuras.
Recolocar ordem, organizar a vida desprendendo-se de erros passados. Imbolc é esperança…
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(1) O calendário de Coligny, comuna francesa do departamento de Ain onde foi encontrado em 1897, é um documento extraordinário para o conhecimento da cultura celta, por um lado porque nos informa da concepção que os celtas tinham do tempo cronológico e a qualidade dos seus conhecimentos em astronomia, e por outro lado porque nos fornece uma significativa amostra da lingua celta.

(2) "Pagão" era como designavam os cristãos aqueles que não seguiam os seus dogmas.
A origem do vocábulo é o latim "paganu", de "pagus", que designava aqueles que viviam em ambiente rural, mais difícilmente influenciáveis que os "urbanos" aos costumes foráneos.

(3) Três dias passados sobre o solstício de inverno, quando o Sol retoma o movimento aparente em direcção ao Norte, é uma data (25 de Dezembro) que comemora o simbólico nascimento do astro, e das divindades a ele associadas : Mithra, Osiris, Krishna, Cristo, Attis etc…